Mas o alívio veio na última sexta-feira, dia 10, quando recebeu uma ligação da Secretaria da Agricultura confirmando a participação de oito animais na feira.
– E para o próximo ano nos prometeram mais espaço. Acho que agora a coisa vai melhorar – comemora.
A ideia da participação na Expointer, conforme Oliveira, faz parte de uma estratégia de reforçar a recuperação da raça no Rio Grande do Sul. Considerada a principal do Estado no século 19, o franqueiro dominou os campos gaúchos até o início do século 20, mas perdeu espaço com a chegada das raças europeias e correu risco de extinção. No início dos anos 70, o rebanho era composto por apenas 15 animais. Agora, em um trabalho quase solitário de Oliveira, o plantel chega a 220 cabeças.
Um empecilho para os criadores de franqueiros do Rio Grande do Sul é a briga com pecuaristas catarinenses pelo registro genealógico da raça. Em 2008, criadores de Lages (SC) conseguiram o registro do crioulo lageano no Ministério da Agricultura, acabando com a nomenclatura franqueiro.
– Legalmente, é complicada esta participação porque o registro de associação vem de Santa Catarina. Mas autorizamos que os animais venham como forma de exposição – ressalta o chefe do Serviço de Exposições e Feiras da Secretaria da Agricultura, Honório Franco, acrescentando que a raça não pode participar de competições nem ser comercializada.
Projeto busca reconhecimento
Na Assembléia Legislativa gaúcha tramita um projeto do deputado João Fischer (PP) para reconhecer o gado franqueiro como símbolo da cultura do Rio Grande do Sul. A proposta está na Comissão de Constituição e Justiça e aguarda votação para ser levada ao Plenário.
– Os animais estão recuperados, com trabalhos científicos que fizemos com apoio da UFRGS. Enquanto estiver vivo, vou tocando esse trabalho – diz o presidente da associação da raça.