Em uma empresa de Campinas, em São Paulo, referência em logística aérea para exportação de frutas e perecíveis, a rotina dos funcionários ficou mais agitada nos últimos dias, pois era preciso avisar rapidamente aos importadores de que parte das vendas seria suspensa. O volume embarcado, geralmente de 100 toneladas por semana, caiu 60% no período. Segundo o diretor comercial da empresa, Alexandre Duarte, será preciso no mínimo 20 dias para retomar a normalidade.
Não fosse o bom momento do mercado interno, que, mesmo pagando menos, acabou absorvendo o excedente que deixou de ser enviado a outros países, os prejuízos teriam sido maiores. Os preços pagos no Brasil são pelo menos 30% menores, mas ainda assim ajudaram a evitar que o problema deste ano não fosse tão grave quanto o registrado em 2007, quando uma greve semelhante causou perdas de US$ 500 mil ao grupo de Duarte. Desta vez, os prejuízos somaram US$ 70 mil na semana. Outro motivo que ajudou a minimizar o impacto foi a redução do envio de frutas pelos produtores, o que evitou a perda de produtos.
Durante a greve apenas 30% do efetivo dos fiscais tocou as atividades consideradas essenciais para a população.