Para garantir a sobrevivência, a solução foi ter alternativas de produção. Hoje são dois mil hectares dedicados ao cultivo de milho e soja, no verão, e dois mil hectares de trigo e aveia no inverno. A criação de cavalos crioulos, com mais de 230 animais, iniciou-se em 1980 e ampliou o espectro dos negócios, que na pecuária ficava por conta dos bovinos leiteiros da raça jersey.
Com o crioulo, foram cinco Freios de Ouro, seis de Prata e quatro de Bronze. Apesar da diversificação, a Butiá viveu seus piores anos na primeira metade de 1990. Com dívidas roladas desde o fim da década anterior, a situação piorou após o Plano Collor. Veio a decisão de leiloar todos os 80 cavalos crioulos. Vendendo metade, a Butiá se reergueu.
Parcerias com produtores da região, explica Manoela Bertagnolli, neta do fundador e diretora administrativa da cabanha, foram fundamentais. Auxiliados por uma assessoria jurídica, os dois filhos e quatro netos do patriarca que seguem no negócio passaram pela tempestade sem precisar se desfazer das terras. Hoje, a Butiá vende por ano cerca de 120 mil sacas de sementes de soja e 90 mil sacas de semente de trigo, além de 1,5 mil toneladas de aveia branca e 50 mil sacas de milho. Para 2013, a meta é produzir 120 mil sacas de trigo e 150 mil sacas de soja.
– Apesar de tudo o que passamos, chegamos a 2012 como uma empresa sadia – conclui Manoela.