Com 15 troféus no Freio de Ouro, Cabanha Butiá superou diversas crises em seis décadas de história

Propriedade criada em 1950 tem quatro mil hectares voltados para diferentes cultivosCom 15 troféus no Freio de Ouro na Expointer e outros dois no Freio de Ouro da Federação Internacional de Cavalos Crioulos no currículo, a Cabanha Butiá, de Passo Fundo (RS), tem a trajetória marcada pela superação. Criada em 1950, pelo patriarca Pedro Bertagnolli, enfrentou a primeira grande prova poucos anos depois. Em 1953 e 1954, quando se dedicava somente ao cultivo do trigo, perdeu toda plantação por causa da geada. No ano seguinte, uma geada tardia deixou como saldo uma colheita negativa.

Para garantir a sobrevivência, a solução foi ter alternativas de produção. Hoje são dois mil hectares dedicados ao cultivo de milho e soja, no verão, e dois mil hectares de trigo e aveia no inverno. A criação de cavalos crioulos, com mais de 230 animais, iniciou-se em 1980 e ampliou o espectro dos negócios, que na pecuária ficava por conta dos bovinos leiteiros da raça jersey.

Com o crioulo, foram cinco Freios de Ouro, seis de Prata e quatro de Bronze. Apesar da diversificação, a Butiá viveu seus piores anos na primeira metade de 1990. Com dívidas roladas desde o fim da década anterior, a situação piorou após o Plano Collor. Veio a decisão de leiloar todos os 80 cavalos crioulos. Vendendo metade, a Butiá se reergueu.

Parcerias com produtores da região, explica Manoela Bertagnolli, neta do fundador e diretora administrativa da cabanha, foram fundamentais. Auxiliados por uma assessoria jurídica, os dois filhos e quatro netos do patriarca que seguem no negócio passaram pela tempestade sem precisar se desfazer das terras. Hoje, a Butiá vende por ano cerca de 120 mil sacas de sementes de soja e 90 mil sacas de semente de trigo, além de 1,5 mil toneladas de aveia branca e 50 mil sacas de milho. Para 2013, a meta é produzir 120 mil sacas de trigo e 150 mil sacas de soja.

– Apesar de tudo o que passamos, chegamos a 2012 como uma empresa sadia – conclui Manoela.