Japão abre mercado para carne suína de Santa Catarina, afirma Abipecs

Segundo a entidade, Brasil deve fornecer aproximadamente 15% das importações do país asiático em 2013O governo japonês anunciou nesta segunda, dia 27, um passo fundamental para a abertura de seu mercado à carne suína de Santa Catarina. O Estado é o único livre de febre aftosa sem vacinação no país. Durante reunião da Comissão de Risco de Sanidade Animal do Ministério da Agricultura, Pesca e Florestas, ocorrida nesta segunda, em Tóquio, concluiu-se o processo de avaliação de risco que poderia representar a importação pelo Japão de carne suína proveniente de Santa Catarina.

– A reunião foi pública e as manifestações tranquilas e favoráveis ao interesse do Brasil – informa o presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs), Pedro de Camargo Neto.

O mercado japonês é o maior importador mundial de carne suína. Já em 2013, o Brasil deverá fornecer cerca de 15% das importações do Japão, avalia a Abipecs. Em 2011, o Japão importou cerca de 793 mil toneladas de carne suína, representando cerca de US$ 5,225 bilhões. Os principais fornecedores foram Estados Unidos e Canadá.

– A abertura do mercado japonês altera de maneira significativa o futuro do setor de suínos do Brasil. Esse volume, pequeno para o comércio do Japão, altera de maneira significativa o balanço entre oferta e demanda do setor brasileiro – ressalta Neto.

Ainda que a participação do Brasil seja pequena nos primeiros anos, representará volume significativo em relação à produção e exportação brasileiras, segundo a associação. Atualmente, o Brasil é o maior exportador de carne de aves in natura congelada para o Japão, com quase 90% de participação.

– Não existe motivo para também em carne suína o Brasil não passar a atender volume importante das importações japonesas – afirma.

Concluído processo de avaliação de risco, o próximo passo é negociar o Certificado Sanitário Internacional (CSI), a ser emitido pelas autoridades do Brasil. O CSI acompanhará as remessas, garantindo que os requisitos de sanidade animal da carne suína atendem todas as exigências apresentadas pelas autoridades japonesas durante o processo de aprovação.

Na próxima quarta, dia 29, os secretários Enio Marques e Célio Porto, de Defesa Agropecuária e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, respectivamente, estarão em Tóquio para apresentar uma primeira proposta de CSI às autoridades do Japão. Na sequência, as autoridades do Japão deverão aprovar uma lista de estabelecimentos de abate que atendem as exigências de saúde pública em relação a higiene e controles laboratoriais.

— É uma decisão muito importante para o Brasil, mas de forma muito especial para Santa Catarina, porque o que valeu é o fato do nosso Estado ter uma característica de ser livre de aftosa sem vacinação e isto faz toda a diferença em termos de avaliação internacional. A perspectiva que nós temos pelo volume de carne suína que o Japão compra é de que nós possamos quase dobrar a nossa exportação. É uma excelente notícia tanto para o nosso Estado, nossos produtores e também para os nossos agricultores, pois a cadeia produtiva está montada em Santa Catarina, tendo como base de sustentação a agricultura familiar — comemora a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti.