Redução de juros no PSI para máquinas agrícolas preocupa empresas montadoras

Segundo empresários, é necessário aguardar mais detalhes sobre a diminuição de 5,5% para 2,5%, anunciada nesta quartaEmpresas montadoras se dizem receosas com anúncio sobre a redução da taxa de juros de 5,5% para 2,5% no Programa de Sustentação do Investimento (PSI), que contempla a compra de máquinas agrícolas. A nova tarifa foi informada pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, nesta quarta, dia 29. O assunto é pauta de debate entre diretores comerciais e de vendas das empresas, reunidos nesta quinta em Porto Alegre (RS), no Simpósio SAE Brasil de Máquinas Agrícolas 2012.

Para o diretor Comercial da New Holland, Luiz Feijó, é preciso aguardar para tomar qualquer decisão. Isso porque ainda não está claro para o setor quando começará a valer a nova taxa de juros para os negócios.

– Existem sinais de que a medida valeria a partir do dia 1º de setembro. Mas há outras indicações de que o início da nova taxa reduzida será em 2013 – diz.

O problema, na avaliação de Feijó, é que se a medida valer a partir da próxima semana, pode criar uma demanda que a indústria não está preparada para atender. Em compensação, se o juro reduzido for liberado em 2013, os negócios em andamento até o fim deste ano ficarão retidos.

– Temos que esperar para avaliar a estratégia.

O diretor de Vendas da Massey Fergusson, Carlito Eckert, diz que o produtor que ainda estava em dúvida poderá decidir pelo investimento, para renovar ou ampliar a sua frota.

– (O problema é que) se a reação (do produtor) for tão positiva, temos que avaliar se a indústria vai responder.

Há, ainda, uma preocupação com os negócios em andamento, à espera de assinatura de contrato nos agentes financeiros. Independentemente de quando passe a valer a nova taxa de juro para o PSI, os contratos serão refeitos ou adiados. Apenas na Expointer, que segue até o próximo domingo, já são mais de R$ 492 milhões negociados em máquinas, segundo o Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos Agrícolas do Estado (Simers), mas que podem sofrer mudanças.

Para 2013, a expectativa, sem considerar o aumento da demanda possível com o incentivo governamental, é um avanço de 5% no mercado de tratores, estimado em 52 mil unidades este ano, e 6% em colheitadeiras, em aproximadamente cinco mil unidades. De uma forma geral, a longo prazo, o setor enxerga uma oscilação do mercado de máquinas, mas sempre em crescimento.