Escola do Rio Grande do Sul propõe método alternado de aulas no campo

Projeto de Santa Cruz do Sul estimula permanência em sala de aulaA campanha do Grupo RBS "A Educação Precisa de Respostas" lançou neste fim de semana uma nova pergunta sobre o futuro do ensino no Brasil: por que 34,5% dos alunos do Ensino Médio não estão na série correspondente à sua idade? Na educação do campo essa realidade não é muito diferente, mas no Rio Grande do Sul há o exemplo de uma escola que aposta em um método diferenciado e que ajuda a minimizar o índice de repetência nas séries finais.

O Rio Grande do Sul é o Estado que lidera o ranking nacional de repetência nas escolas de Ensino Médio. Quase 20% dos alunos não passam de ano nesta fase escolar. Na zona rural, são, ao todo, 670 escolas no Estado, com índice de repetência mais baixo, de 16,2%.

Para mudar esta realidade, algumas famílias de agricultores resolveram se unir. Foi criada em cidades como Santa Cruz do Sul uma entidade chamada de Associação Gaúcha Pró-Escola Família Agrícola (Agefa).

– Um dos fatores da escola é reconhecer o saber local do agricultor, de família, trazer o saber e juntar com o saber científico e aí envolve os professores, além disso trabalhar o aspecto família muito forte – diz o secretário-executivo da Agefa Adair Pozzebon.

Na contramão desse índice de repetências no Ensino Médio estão as escolas famílias agrícolas, exclusivas para filhos de agricultores. Nessas instituições, a reprovação é de menos de 2%. Com sistema pedagógico diferenciado, o aluno tem semanas alternadas de aulas: em uma, recebe lições teóricas em sala de aula e realiza práticas nas hortas experimentais; na outra, permanece na propriedade em que mora, colocando em prática tudo o que aprendeu no colégio.

– Os jovens estão saindo do meio rural não porque acham que não dá mais para viver lá, porque acham que não vão ter uma vida confortável, segura e com renda. Eu não, eu vejo que no campo eu posso ganhar tanto ou mais dinheiro que lá – argumenta o aluno Daniel Schipper Lima, 16 anos, que está se fomando como técnico agrícola e pretende prestar vestibular para medicina veterinária.

Assista à íntegra da reportagem:

>> Saiba mais sobre a campanha A Educação Precisa de Respostas, promovido pelo Grupo RBS