Dados recentes do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) apontam uma redução de 13% na safra de milho em relação a 2011. A produtividade média pode ser a menor desde 1995. Na soja a queda prevista é de 14%.
— Mas nós não vamos saber de fato esse efeito sobre a produtividade até irmos ao campo — diz o secretário de Agricultura dos Estados Unidos, Tom Vilsak.
Segundo Doug Dashner, do Dekalb Farm Bureau, associação de produtores rurais do Estado de Illinois, um dos motivos para a expectativa de recuperação é a alta dos preços da soja e do milho, justamente por causa da seca.
— Os preços subiram na mesma proporção em que a produção caiu. Portanto, o faturamento do produtor está próximo de um ano normal — afirma.
Do início de junho até agora, o preço da soja saiu dos US$ 12,00 e superou os US$ 17,00 por bushel, aumento de quase 38% no contrato novembro na Bolsa de Chicago. O milho saltou de US$ 5,00 para quase US$ 8,00 por bushel, aumento de mais de 57% no vencimento dezembro em Chicago.
Para Dashner, um dos fatores que ajudam a sustentar os preços é a demanda das usinas de etanol. Atualmente, ela responde por 18% do volume, superando a indústria de alimentos, responsável por 12% da demanda. A liderança ainda é da ração animal (51%), seguida pela exportação, principalmente para países como China, México e Canadá (19%).
Além dos preços em alta, o representante dos produtores da região de Dekalb lembra que muitos agricultores americanos possuem seguro e economias de anos anteriores, para este período e para a próxima safra. Não vai ser como em um ano de boa produção, mas o suficiente para pagar as contas e permanecer na atividade. Sobre como vai ser o plantio na próxima safra, se mais milho ou mais soja, ele diz que ainda é cedo para projetar.
*O repórter viajou a convite Caep, empresa de intercâmbio no setor agrícola brasileiro