– Espero que no próximo ano tenhamos menos dificuldade para eternas carências e uma armazenagem mais adequada – disse o ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro Filho, antes da abertura do Fórum Nacional de Agronegócios, em Campinas (SP).
Como exemplo das ações, Mendes Ribeiro Filho disse que o governo irá vender armazéns ociosos da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) em Estados onde a produção de grãos é pequena, como no Rio de Janeiro, e aplicará recursos para unidades em Estados onde há déficit de armazenamento ou dificuldades de escoamento, como no Mato Grosso, em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul.
– Além disso, o governo já tem uma linha de crédito, autorizada pela presidente, com dois anos de carência, nove anos para pagar e juro negativo para esse setor – afirmou o ministro, sem detalhar valores.
Para Mendes Ribeiro Filho, as PPPs ocorrerão por meio do credenciamento de armazéns privados para o uso por parte da Conab e ainda a abertura de processos de licitações de emergência para unidades de estocagem de grãos.
Entre outros gargalos do setor, Mendes Ribeiro Filho citou o alto custo de frete para o escoamento de grãos das regiões produtoras do Centro-Oeste para as consumidoras no Sul e no Sudeste.
– Além disso, tivemos greve de caminhões e o preço do milho, já que eu (governo) não posso pagar além do mínimo, o que gera desinteresse do produtor – afirmou.
O ministro evitou opinar sobre o fim da tramitação no Congresso da Medida Provisória (MP) do Código Florestal, aprovada na Câmara dos Deputados e ainda pendente de votação no Senado. Por fim, Mendes Ribeiro afirmou que as crises do Brasil com parceiros comerciais, como a recente com os Estados Unidos, “são coisas do jogo”. Ele citou os recentes embates no setor agropecuário, como o entre o Brasil e os Estados Unidos no suco de laranja, e com a Argentina, na suinocultora.
– Isso mostra que a crise vai passar, é do dia a dia – concluiu.
No evento, Mendes Ribeiro recebeu uma minuta da “Carta de Campinas”, na qual representantes do Fórum Nacional de Agronegócios cobram ações estratégicas do governo e da sociedade civil para temas como infraestrutura, logística, política externa e tecnologia.