O professor Luiz Cláudio Costa, da Universidade Federal de Viçosa e representante do Brasil no evento, afirma que as mudanças climáticas são fenômenos que já afetam diretamente a vida das pessoas. Ele cita o caso dos incêndios que vem ocorrendo na Austrália e que já deixaram 200 mortos, segundo agências internacionais.
Costa afirma que as mudanças climáticas podem também afetar a agricultura.
? Vamos ter muita seca, excesso de chuva e infelizmente o que se espera para o Brasil e para outros países é uma queda de produtividade, diminuindo assim a oferta de alimentos ? diz ele.
O professor lembra que no Brasil as secas são as que mais afetam as plantações. Os pequenos agricultores podem ter perda total da produção pela falta de água e os que têm irrigação artificial podem causar prejuízo ambiental pela grande quantidade de água usada na atividade.
O pesquisador da Embrapa Willians Marques Ferreira, da unidade de Sete Lagoas (MG), explica que as mudanças climáticas vão afetar os agricultores a longo prazo, porque o plantio que era feito em um determinado período do ano vai se deslocar um pouco em função da disponibilidade da chuva.
? As mudanças climáticas já estão ocorrendo. A conseqüência em relação à cultura é gradativa. Não é uma coisa de uma hora para a outra ? ressalta o pesquisador.
O encontro em Pequim (China) termina na quinta-feira, dia 19. O representante do Brasil espera que ao final dos debates sejam promovidas ações para a adaptação às mudanças climáticas e a redução das emissões de gases que causam o efeito estufa.