Safra de grãos deve chegar a 163,7 milhões de toneladas em 2012, diz IBGE

Se confirmada, produção será 2,2% superior à do ano passado, quando foi de 160,1 milhões de toneladasO Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) de setembro projeta uma safra de 163,7 milhões de toneladas em 2012, com queda de 0,5% ante o levantamento de agosto, informou nesta terça, dia 9, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Se confirmada, a safra será 2,2% superior à do ano passado, quando foi de 160,1 milhões de toneladas.

A área de grãos a ser colhida em 2012 deve somar 49,2 milhões de hectares, que representam um aumento de 1,1% em relação a 2011. Houve, no entanto, recuo de 0,5% em relação à estimativa de agosto, na informação do IBGE.

As três principais culturas – arroz, milho e soja -, que representam 91,1% do volume da produção de cereais, leguminosas e oleaginosas, respondem por 85% da área a ser colhida em 2012. O resultado representa uma redução de 13,3% para a área colhida de arroz, mas houve aumento de 9,9% para o milho e de 3,4% para a soja.

A produção de milho deve crescer 28,5% neste ano, enquanto a de arroz deve recuar 15% e a de soja, 12,8% em relação a 2011, segundo o Levantamento Sistemático do IBGE.

Revisão
A revisão para baixo da estimativa para a safra de 2012 na passagem de agosto para setembro se deveu a uma expectativa de colheita menor de soja, milho primeira safra, sorgo e algodão em caroço. O LSPA de setembro registrou recuo de 0,5% na produção de grãos em relação à previsão de agosto.

– Puxaram para baixo (o resultado na margem) a soja, o milho primeira safra, o sorgo e o caroço de algodão. A laranja está caindo, mas não entra nessa conta – disse Mauro Andreazzi, gerente da Coordenação de Agropecuária do IBGE.

Na passagem de agosto para setembro, a produção de soja em grão recuou 0,9%, a de milho em grão primeira safra, 2,2%, a de sorgo em grão, 2,6%, a de algodão herbáceo, 5,8% e a de laranja, 4,4%. Na direção oposta, foram revisadas para cima as safras de trigo em grão (7,8%), café robusta em grão (2,3%) e milho em grão segunda safra (0,8%).

Destaques da avaliação
Algodão em caroço:
a região Centro-Oeste é responsável por 68,4% da produção nacional de algodão este ano. Na região Nordeste, a seca excessiva trouxe grande redução na produção (17%), frente a 2011.

Arroz em casca: a rizicultura brasileira sofreu redução de 13,3% na área colhida, 15% na produção e 2 % no rendimento médio, no comparativo com a safra de 2011. Na região Sul, que participa com 78,6% da produção nacional do arroz em casca, há redução de 11,1% na estimativa de produção. A estiagem também foi responsável pela redução nas estimativas de produção da região Nordeste, com queda de 38,8% em relação à obtida em 2011.

Café em grão: O acréscimo, em setembro, de 0,1% na estimativa nacional de produção da safra 2012 do arábica, é creditado ao Estado de São Paulo, cuja variação, isoladamente, é de 13,3% em relação ao mês anterior. Já na Bahia (-22,6%) e no Ceará (-18,3%), os decréscimos observados são justificados pela seca que assola a região Nordeste este ano. A safra nacional de café arábica para 2012, apesar dos atrasos na colheita, aproxima-se do final e está estimada em 38,1 milhões de sacas de 60 kg, equivalentes a 2.284.439 toneladas, 16,2% maior que em 2011.

Já a produção de café conilon deverá ser de 769.305 toneladas (12,8 milhões de sacas de 60 kg), 2,3% maior que a divulgação de agosto, representando aumento de 11,1% em relação a 2011. Em setembro, o Espírito Santo, primeiro produtor nacional de conilon, com 77,3% de participação no total da produção brasileira, aumentou sua estimativa para a safra em 2,3%.

Laranja: a produção nacional de laranja para 2012 está estimada em 19.032.285 toneladas (466,5 milhões de caixas de 40,8 kg), 4,4% inferior à avaliação de agosto e 4% inferior aos números da safra anterior. A área total ocupada com a cultura no país está 1,6% menor e a área destinada à colheita, maior em 3,4%, nesta comparação com a informação mensal. O rendimento médio nacional é de 23.537 quilos por hectare.

Milho em grão: a produção nacional de milho em grão, prevista em 72.314.597 toneladas, é menor 0,6% que a avaliação de agosto. A 1ª safra diminuiu 2,2% e a 2ª safra aumentou 0,8%, comparadas à informação do mês anterior.

A primeira safra de milho se encontra encerrada, mas houve reajuste negativo de 2,2% na produção, e de 2,5% na área colhida. Com a produção estimada em 2,1% menor que a de 2011, apesar do aumento da área plantada em 1,1%, a área colhida diminuiu 4,8%, na comparação anual. Estes números refletem os danos causados pela seca na safra de verão nas regiões Sul e Nordeste.

Para a segunda safra de milho a produção esperada é de 38.866.378 toneladas, num aumento de 0,8% em relação a agosto. A segunda safra de milho em 2012 superou a primeira safra em mais de 5,4 milhões de toneladas. A produção foi 75,8% maior que a mesma safra de 2011, com 38.866.378 toneladas do grão (16.761.605 toneladas a mais, em uma área plantada de 7.396.316 ha). Este é o primeiro ano em que a segunda safra ultrapassa, em volume da produção, a primeira. O aumento se deve principalmente aos Estados da região Centro-Oeste e ao Paraná.

Soja em grão: cultura de verão com colheita encerrada sofreu alterações negativas de 0,3% na área destinada à colheita, 0,9% na produção e 0,6% no rendimento médio. Os reajustes em relação ao mês anterior que determinaram o decréscimo na produção foram observados em Goiás (3,1%), Bahia (6,8%), Rio Grande do Sul (1,0%) e São Paulo (1,9%).

Sorgo em grão: a informação de setembro apresenta uma queda na estimativa de produção de 2,6% frente a agosto, resultado do reajuste de área colhida, que caiu 4,7% na média nacional, apesar do aumento de 2,2% no rendimento médio. A queda reflete o fraco desempenho do sorgo na Bahia, que reduziu sua estimativa para este mês em 57.437 toneladas (59,8%), em função da redução na área colhida (38,8%) e no rendimento médio (34,3%).

Trigo em grão: no comparativo mensal, em nível nacional, a produção esperada, a área plantada e o rendimento médio, quando comparados a agosto, estão maiores, respectivamente, em 7,8%, 1,4% e 6,3%. Salienta-se que os Estados do Rio Grande do Sul (51,1%) e Paraná (40,3%) são responsáveis por 91,4% da produção nacional.

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