Lavoura experimental de tabaco energético deve ter produção de seis toneladas por hectare no RS

Mais resistente às intempéries climáticas, espécie é promessa no setor de biocombusítvelO tabaco energético, nova variedade da planta, está sendo testada no Brasil. Voltada à produção de biocombustível, a cultura está na fase da colheita. A expectativa é que sejam colhidas seis toneladas por hectare na lavoura experimental, que fica no Rio Grande do Sul.

Mais resistente, a espécie é capaz de passar por períodos de falta de chuva e geada, como ocorreu em julho no Estado. O mau tempo não foi suficiente para frustrar o produtor Nelson Tatsch, que acompanha a lavoura de perto.

– O tabaco energético tem uma grande capacidade de rebrotar. Observamos isso quando caiu geada e a planta praticamente morreu. Se fosse o outro tabaco, acho que não teria volta e essa rebrotou e a lavoura que nós temos aqui é uma brotação. Já é algo muito importante, comprovamos a rusticidade dessa variedade – afirma o produtor.

A colheita é feita manualmente. Diferente do tabaco convencional, onde são retiradas as folhas, no tabaco energético, o principal é retirar os cachos da planta. Eles contêm uma espécie de cápsulas que têm aproximadamente cinco mil sementes que produzem de 30% a 40% de óleo vegetal.

 – Esse óleo é bem superior a outras culturas, por exemplo. A soja tem capacidade de produção de 16,17% e a do tabaco energético é 30,4%. O dobro – explica Tatsch.

 A lavoura experimental, que fica em Rio Pardo, região central do Rio Grande do Sul, atrai olhares curiosos de visitantes, uma vez que a cultura promete ser um complemento de renda ao produtor de tabaco, e não uma concorrência.

– Se conseguirmos uma produtividade média acima de 6,7 toneladas de sementes por hectare, é possível um valor em torno de R$ 5 mil por hectare – conta o empresário Sérgio Campos de Morais.

A planta pode sofrer vários cortes. Na lavoura experimental, a ideia é colher a mesma planta três vezes.

 – Os italianos conseguiram no Egito, mas em condições muito favoráveis. Isso foi no Vale do Nilo. Eles conseguiram fazer cinco cortes, chegaram a 18 toneladas de sementes – explica Morais sobre a produtividade da planta.

Com a experiência dando certo, a ideia é expandir para outros produtores.

– Nós vamos começar um projeto de expansão. Nós vamos dar semente a todos os produtores que tiverem interesse. Vamos dar garantia de compra de toda a produção que o produtor obtiver – garante o empresário.

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