Waldir Parize é o que podemos chamar de um profissional com visão de mercado. Há dez anos o produtor de pêssego resolveu colocar na embalagem o rótulo com as informações da empresa, entre elas o endereço, telefone, CNPJ e a inscrição estadual. Estava ao mesmo tempo cumprindo a lei e divulgando a marca do produto.
– O consumidor vai ter a garantia de que tem um responsável por aquela fruta, aquele alimento que ele está consumindo. Ele tem a rastreabilidade, sabe quem produziu e tem a confiabilidade. Por outro lado, na rotulagem, vão as variedades da fruta. O consumidor ao adquirir uma fruta, pela rotulagem, sempre vai procurar aquela fruta da variedade que mais gostou – diz Parize.
O exemplo do Parize não é uma regra, pelo contrário. Na Ceagesp, a maioria das frutas e hortaliças não tem rótulo. Para mudar uma cultura que resiste com o passar dos anos, a Ceagesp lançou uma campanha incentivando toda a cadeia, desde o produtor até o consumidor final. O argumento que valoriza a chamada rotulagem é simples e direto.
– Ninguém compra alimento industrializado sem saber a origem. Você vai comprar um pacote de bolacha, mas se não tiver o fabricante, você não compra – fala Anita Souza Dias Gutierrez, responsável pelo centro de qualidade hortigranjeira.
Nas bancas, muitos licenciados ainda resistem. Existe um custo pelo rótulo equivalente a três centavos por caixa.
– Esta adequação com os produtores esta sendo difícil no começo, mas eles estão se adequando, colocando as etiquetas em questão de peso, nota fiscal – diz Eduardo Cachatore, engenheiro agrônomo.
O desafio é convencer o produtor que o grande beneficiado com a mudança é ele mesmo.
– Eu não digo mais que existem grandes ou pequenos agricultores, existe o mais profissional e o menos profissional, e o menos profissional acaba excluído da atividade – diz Parize.