Após a queda recente de preços, os fabricantes japoneses estão aproveitando para comprar milho porque a oferta ainda está apertada e há incertezas sobre a próxima safra na América do Sul, disseram executivos nos bastidores de uma conferência do setor. Eles disseram que o grão para ração do Brasil está sendo oferecido no momento com um prêmio de US$ 0,95 por bushel sobre o contrato março da Bolsa de Chicago (CBOT), inclusos custos e frete. Ofertas para produto americano estão com prêmio de US$ 1,95 por bushel sobre o mesmo contrato e nas mesmas condições.
Anteriormente, o Japão comprou milho dos EUA e do Brasil para entrega em outubro e dezembro com prêmio de cerca de US$ 1,88 a US$ 2,00 por bushel e US$ 1,00 a US$ 1,05 por bushel, respectivamente, ambos custo e frete inclusos, acrescentaram. O preço na CBOT sobre o qual o prêmio foi estabelecido oscilou em torno de US$ 7,40 a US$ 7,70 por bushel.
O produto brasileiro é cerca de US$ 40/t mais barato na base de entrega nos portos japoneses na comparação com o milho americano, apesar de a temporada ter acabado, pois a oferta não deve diminuir no curto prazo. A próxima safra está sendo plantada agora e estará disponível para embarque em abril.
A participação da América do Sul nas compras japonesas do grão para ração, que representava menos de 10% nos últimos anos, começou a subir desde 2011 devido à redução da oferta dos EUA, maior exportador mundial. O país registrou neste ano a pior seca em décadas e estima-se que os embarques no ano comercial que começou em 1º de setembro caiam 25%, para 29 milhões de toneladas.
O Japão também comprou 250 mil toneladas de milho da Ucrânia com prêmio de US$ 1,10/bushel sobre o contrato dezembro da Bolsa de Chicago para entrega em novembro e dezembro, disseram traders. No entanto, eles apontam que compradores estão relutantes em adquirir produto ucraniano para entrega no início do próximo ano porque várias cargas tiveram atraso no primeiro trimestre de 2012 com o congelamento do mar na região dos portos.
O Japão comprou um volume recorde de 1,5 milhão de toneladas de milho da Europa, cerca de metade de suas necessidades para embarque de janeiro a março, e a maioria será embarcada da Ucrânia.