Ele afirmou que é pressionado para atender à demanda das empresas e que a “própria imprensa faz isso”. Mendes Ribeiro afirmou também que, para conceder subsídios às agroindústrias, teria de negociar com o Congresso a aprovação de uma medida provisória (MP) que permitisse ao governo comprar milho no mercado acima do preço mínimo de garantia.
O ministro da Agricultura lembrou que a prioridade da administração federal é atender os produtores rurais, o que é feito por meio do mecanismo de venda do milho em balcão. Mendes Ribeiro manifestou preocupação com os comentários de que estariam acontecendo desvios, com produtores comprando milho subsidiado a R$ 21,00 e vendendo pelo preço de mercado de R$ 27,00.
O ex-secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura Caio Rocha declarou que a questão do abastecimento de milho “está sendo encerrada”. Rocha observou que ainda existem empresas enfrentando dificuldades, mas que a situação tende a se normalizar, como mostram os leilões de frete promovidos pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), pois nos primeiros as companhias não demonstravam interesse e agora a concorrência provoca deságios de até 25%.
Ele disse que as soluções para atender as empresas que estão em dificuldades vêm sendo encaminhadas junto ao Ministério da Fazenda, pois o principal problema é a falta de crédito e capital de giro. As empresas pedem ao governo um fundo garantidor para as operações de crédito e ficou acordado que seria liberado crédito de PIS/Cofins relativo às exportações. Rocha disse que o Ministério da Agricultura resolveu o problema das empresas em parte, por meio dos leilões de Valor de Escoamento da Produção (VEP), que garantem um subsídio de R$ 3,80/saca.
Ele afirmou que nos próximos dias o Conselho Monetário Nacional (CMN) deve autorizar a compra de milho para recompor os estoques oficiais por meio de leilões de Opções de Venda Pública. A intenção é comprar milho no Paraná para atender a região Sul e no oeste da Bahia para atender a região Nordeste, pois nos dois casos o custo de remoção dos estoques ficaria baixo do escoamento do cereal depositado no Centro-Oeste.