O zootecnista Newton José Rodrigues da Silva cita como exemplo o valor de R$ 6,5 mil cobrado em São Paulo para o licenciamento da aqüicultura, apenas para dar entrada no processo. O valor final pode chegar a quase R$ 50 mil. Silva acredita que 90% dos pescadores paulistas trabalham na ilegalidade.
— Ele seria melhor utilizado havendo uma melhor integração entre a política do governo federal, dos governos estaduais e municipais. Parece que falta um alinhamento maior para definir financiamento, legalização das atividades, um sistema de pesquisa apoiando estas atividades e principalmente extensão rural e pesqueira — explica.
O diretor do Laboratório de Estatística Pesqueira do Museu da Pesca, Antônio Olinto, considera positivo o anúncio, mas não acredita que as medidas sejam suficientes para aumentar a produção brasileira de pescado.
— Este financiamento está vinculado ao Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar), que é o pequeno produtor. Então é relacionado à pesca costeira. Todas as principais pescadas costeiras, camarão, sardinha já se encontram num nível até acima do máximo de exploração.
O presidente da Federação dos Pescadores do Estado de São Paulo, Tsuneo Okida, pensa diferente. Ele acredita que a produção pode dobrar e chegar a dois milhões de toneladas, principalmente se for utilizado o recurso do confinamento. Para alcançar este objetivo, o plano do governo precisa resolver o problema crônico da falta de capacitação do pescador brasileiro.
— Nós precisamos preparar nosso pessoal para o curso da capitania dos portos, cursos para patrão de pesca de alto mar, patrão de pesca de águas interiores, manipular os aparelhos eletrônicos. A pesca hoje é uma pesca científica.