Segundo Alceu Mezzalira, professor de reprodução animal e pesquisador do projeto de fertilização in vitro e clonagem de suínos, essa pesquisa começou há cerca de dois anos e já foram feitas duas tentativas. Uma, há cerca de um ano, não deu certo, pois a porca aguentou apenas 80 dias de gestação e abortou. Dessa vez, a tentativa deu certo apenas com uma das três porcas que foram fertilizadas. Duas delas não conseguiram segurar a cria.
A porca que serviu de barriga de aluguel para os seis leitõezinhos recebeu 30 embriões, sendo que 15 deles in vitro e 15 eram uma experiência de clonagem, que não deu certo. O gene clonado foi de uma raça quase extinta conhecida por caruncho, que é um porco que contém muita gordura, mas não apresenta doenças como diabetes e relacionadas ao coração. Por isso o interesse em preservar a raça.
Já os seis in vitro que deram certo não têm raça definida, são porcos totalmente comerciais que deverão ser abatidos quando alcançarem aproximados 100 quilos.
O professor de suinocultura José Cristani afirma que não se tem registro de uma experiência como essa que deu certo até hoje no país. Segundo ele, Lages torna-se, a partir de hoje, pioneira em fertilização de suínos in vitro.
— Esse projeto tem como objetivo principal e futuro acabar com a transferência de animais vivos. Isso por que esse transporte pode ser alvo de doenças e contaminação. A fertilização in vitro garante a bio segurança dos animais e, consequentemente, de seus produtores — explicou.
Por dois dias os pequenos porcos ainda deverão ser monitorados pelos acadêmicos que acompanham a experiência. Em 30 dias serão desmamados e seguiram para outro local, onde permanecerão em engorda até seguirem para o frigorífico.
Segundo Mezzalira, em aproximadamente 48 dias uma nova bateria de embriões deverão ser fertilizados novamente com as duas modalidades, in vitro e clonagem.