A combinação entre oferta abundante e demanda estável reduziu o valor do cacau no mercado interno. Criado para incentivar a produção, o prêmio pago pelas processadoras sobre a cotação de Nova York caiu 50% nos últimos dois meses. A bióloga e analista de mercado Kátia Menezes trabalha em uma indústria e é responsável pela compra da matéria-prima. Segundo ela, com uma safra maior, a busca é por amêndoas de qualidade.
Segundo dados da TH Consultoria, o Brasil colheu a maior safra de cacau dos últimos 18 anos, foram 225 mil toneladas. Volume 12% maior que o registrado na safra 2010/2011. Segundo a vice-presidente da Associação das Indústrias Processadoras de Cacau (AIPC), Patrícia Moles, o clima favoreceu a produção deste ano.
Atualmente, o país importa 20% do total consumido no mercado nacional. Porém, este percentual já foi bem maior. A analista afirma que o governo federal precisa ter atenção com o atual momento do setor.
– O enfraquecimento da demanda deve reduzir ainda mais os prêmios no mercado – diz Kátia Menezes.
Já para a vice-presidente da AIPC, o produtor que conseguir trabalhar com qualidade deve receber mais no próximo ano. Segundo ela, o aumento da oferta vai tornar as empresas mais seletivas em relação à compra da matéria-prima.