O analista de mercado Bruno Perottoni vê na questão uma possibilidade de aumento das importações do Brasil.
– Acreditamos que essa redução se refletirá na demanda. Não é uma quantidade muito expressiva [a quebra na safra chinesa], mas já temos um cenário muito apertado para a soja. Essa não é uma notícia que vai causar uma explosão no mercado de soja. Ajudou, sustentou um pouco as altas dos últimos dois dias, é um fator altista – afirmou.
Já o operador no mercado de soja Nelson Montanha acredita que o volume é muito baixo para que haja reflexo no mercado. A China importa em torno de 60 milhões de toneladas anuais, o que torna essa quebra pequena.
– Não é uma cifra muito expressiva para o mercado e ela já estava computada até pelo próprio governo americano. Esse número já estava dentro das estatísticas. Pensando em termos de preço, a quebra não deve causar um grande efeito nesse movimento. Se não houver nenhum efeito climático na própria cultura da soja, ou em outras culturas como trigo ou milho, o mercado já tenderia a operar nos preços de agora, talvez até um pouco mais baixo.
O que é consenso no mercado é que qualquer outro problema de safra, em países que são fortes fornecedores, é motivo de nova alta, visto que os estoques mundiais estão baixos e a demanda externa deve continuar aquecida.
– A relação de estoques e consumo é a mais baixa desde 64 e 65, e a safra americana de agora foi muito prejudicada. A gente tem uma incerteza quanto a safra sul-americana. Temos boas estimativas, mas acho que esse fator da China só vem agregar demanda para a nossa safra – acrescenta Perottoni.