O gerente de uma empresa de fast food brasileira Marcos Roberto de Cristófano há anos pesquisa uma batata nacional para utilizar em seu restaurante. Ele costumava comprar da marca McCain, que é importada da Argentina e domina o mercado brasileiro. O problema do produto é o custo elevado.
Agora, o empresário trabalha com uma batata nacional e a economia chega a R$ 1,50 por quilo. A marca escolhida é a Bem Brasil, que vem de Araxá, Minas Gerais.
– Se o pessoal começar a colocar na prática, fritar a batata, ele vai perceber que o produto é bom e barato – destaca Cristófono.
A preferência pela batata argentina nos restaurantes brasileiros se dá especialmente por sua qualidade, gerada por condições climáticas favoráveis no país vizinho.
– Se você considerar que a Argentina tem um clima muito propício para produção de uva para fazer vinhos, a batata apresenta a mesma característica: ela se adequa bem em campos, nos quais as temperaturas são elevadas ao longo do dia e caem durante a noite – explica o diretor da Cadeia de Suprimentos do McDonald’s, Celso Cruz.
Além do clima favorável, os fornecedores obedecem a um plano agronômico que passa pelo controle de umidade e temperatura do produto. O alimento já chega ao Brasil fatiado, pré-frito, congelado e com padrão de qualidade industrial.
Com todo esse processo, o mercado brasileiro tem um forte concorrente nas empresas nacionais. Mas, além de ser saborosa, a batata nacional apresenta uma larga vantagem em relação ao preço. No país, o quilo do produto está em cerca de R$ 3,50. Já a batata importada sofreu uma elevação tarifária de 25%, e atualmente o quilo custa em média R$ 5,00.
A decisão do aumento da alíquota do Imposto de Importação para batatas pré-fritas entrou em vigor neste ano por decisão daa Câmara de Comércio Exterior (Camex). O objetivo é estimular a produção nacional e proteger o mercado da crescente importação de produto.