Brasil procura reduzir protecionismo no comércio com o Japão

BNDES e banco daquele país firmam acordo para cooperação nas áreas de óleo, gás e bioetanolBrasil e Japão querem estreitar as relações comerciais mesmo em tempos de crise. Nesta sexta, dia 20, o comitê conjunto de promoção comercial e de investimentos dos dois países se reuniu em Brasília.

As negociações do comitê se concentraram na facilitação do comércio, na promoção de investimentos e até na troca de informações tecnológicas. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) assinou um memorando de entendimento com uma instituição financeira similar do Japão para cooperação nas áreas de óleo e gás e bioetanol. Foi firmado também um contrato com o Banco Internacional do Japão, que vai repassar US$ 250 milhões para investir em infraestrutura.

? A reunião foi realmente um relançamento das relações do Brasil com o Japão. Foram discutidos vários temas como financiamento e a área fitossanitária técnica. Há um longo trabalho inclusive do Inmetro com entidades japonesas correspondentes para facilitar o comércio entre Brasil e Japão ? contou o secretário de Comércio Exterior brasileiro, Welber Barral.

Em 2008, o intercâmbio comercial entre Brasil e Japão chegou a quase US$ 13 bilhões, um aumento de 45% em relação ao ano anterior. A expectativa do governo para 2009 é registrar um novo crescimento. O desempenho do mês de janeiro mostra uma tendência positiva, quando o comércio entre os dois países teve uma alta de 8%.

Mas o histórico de protecionismo japonês preocupa o Brasil. Nesta semana, governo apresentou à Organização Mundial do Comércio uma lista de reclamações que inclui as barreiras agrícolas sobre produtos como arroz, trigo, óleos, lácteos e alimentos preparados. Outro impedimento é a recusa do governo japonês em admitir a importação de carnes por Estados, considerando a situação sanitária da região. O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio acredita que a continuidade dos encontros do comitê deve ajudar a solucionar esses problemas.

? Há uma percepção muito clara quanto à importância do Brasil e quanto ao fato de que para ter acesso a essa pérola que é o mercado consumidor brasileiro é importante ter uma via de mão dupla, abrir o mercado para o Brasil também ? diz Barral.