Governo busca solução para impasse na venda de carne suína à Argentina

Abipecs informou sobre continuidade das restrições impostas pelo país vizinhoA Secretaria de Relações Internacionais do Ministério da Agricultura não quis comentar as informações da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs) sobre a continuidade das restrições impostas pelo governo argentino à entrada da carne suína brasileira, apesar de no mês passado ter sido anunciado um acordo entre os dois países.

A justificativa para o silêncio é a negociação que ainda está em andamento com o governo argentino, na busca de uma solução para o impasse. O problema começou em fevereiro deste ano, quando o governo argentino suspendeu as licenças automáticas de importação e reduziu drasticamente a compra de carne suína brasileira. Um acordo firmado em julho destravou o comércio em agosto e setembro, mas no mês passado as barreiras voltaram. Uma das alegações é que o governo brasileiro ainda não abriu mercado para o limão siciliano argentino.

Os dados oficiais mostram que no mês passado as exportações de carne suína para o mercado argentino somaram 2.411 toneladas, volume 35,7% inferior ao registrado no mês anterior e 42,5% abaixo de outubro do ano passado. O volume acumulado nos 10 primeiros meses deste ano soma 18.864 toneladas, 42,79% abaixo dos mesmos meses do ano passado. Em termos de faturamento a queda é de 39,6%.

As barreiras argentinas foram mais restritivas para os produtos industrializados, que têm maior valor agregado e são mais caros. As importações argentinas destes tipos de carnes brasileiras recuaram 42,6% em outubro, para 180,6 toneladas. Vale lembrar que entre fevereiro e junho a exportação de carne industrializada para o mercado argentino foi zero, pois neste período o governo não liberou as autorizações. No acumulado deste ano as vendas (de industrializados) para a Argentina somaram 799,8 toneladas, volume 75,5% abaixo das 3,273 mil toneladas de igual período do ano passado. A receita recuou 78% e passou de US$ 8,57 milhões para US$ 1,8 milhão.