Ociosidade da indústria processadora de oleaginosas no país é de 33%

Desoneração na exportação da soja em grão e tributação do farelo e do óleo do grão contribuíram para que parte da produção se tornasse ociosa, segundo pesquisaA capacidade de processamento das unidades ativas da indústria brasileira de oleaginosas é de 158 mil toneladas/dia. Desse total, 67% são utilizados, restando, portanto, uma ociosidade de 33%. A pesquisa de capacidade instalada feita pela Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (ABIOVE) para 2012 revela que o Brasil, segundo maior produtor mundial de soja e quarto processador, exporta mais soja em grãos do que produtos de maior valor agregado, como farelo e óleo.

As exportações de matéria-prima (soja) deverão exceder 31,5 milhões de toneladas em 2012, enquanto que o processamento para atender ao mercado interno e à exportação deverá se situar em 35,1 milhões de toneladas. Os dados refletem que o Brasil é o único país do mundo que incentiva as exportações de matéria-prima em detrimento de produtos com valor agregado, o que compromete a competitividade da indústria.

De acordo com a pesquisa, o país desonerou totalmente a exportação de soja, mas ainda tributa a produção de farelo e óleo, destinada à exportação, com ICMS e Funrural, e o ressarcimento do PIS e Cofins se estende por anos. O crescimento da capacidade de processamento em 4% sinaliza uma frágil recuperação da indústria em 2012 para um patamar inferior a 2010.