O piscicultor Tatsuro Kounoike começou a criação da espécie há 15 anos. Tudo começou através de um amigo que criava dois peixes de 50 quilos em um lago de seis metros. Aproveitando o conhecimento da piscicultura que trouxe do Japão e muitas pesquisas, ele apostou no novo negócio junto com a família.
A criação de pirarucu está ajudando no desenvolvimento de outras atividades. A família está testando o lodo das piscinas, que contém os dejetos dos peixes, como adubo. Nas culturas que recebem o lodo, o resultado é um crescimento maior e mais rápido.
O milho que recebeu o adubo está bem mais alto do que os outros, assim como as mudas de castanhas japonesas e as hortaliças. Kounoike quer fazer integração da piscicultura e fruticultura de forma autosustentável. O pirarucu não é um peixe de águas frias, então a opção foi cobrir os criadouros com estufas e assim dar qualidade ao produto final. Quando começou a venda do peixe, o piscicultor não imaginava que a atividade fosse tão vantajosa.
— A primeira vantagem é o crescimento, que é muito rápido. Depois está a conversão da alimentação, o quanto que ele comeu e o quanto que ele cresceu. No nosso caso, com menos de dois quilos de ração vai sair um quilo de carne da fazenda. Outra vantagem é que em lugar fechado eles crescem mais — afirma o produtor.
O quilo do pirarucu com a cabeça e limpo, sai por R$ 25,00. A produção de Kounoike abastece restaurantes sofisticados de São Paulo. A carne branca, sem cheiro forte e de sabor levemente adocicado, caiu no gosto dos chefs de cozinha.