No país, 80% da produção de leite é resultado do gado de pequenos criadores. Eles ainda utilizam o sistema de pastejo e vacada solta, sem muito uso e conhecimento de práticas de melhoramento genético.
Tecnologias como inseminação artificial e fertilização in vitro, no entanto, têm se mostrado uma alternativa eficaz ao pecuarista. Em dois dias de exposição na Feira Internacional da Cadeia Produtiva do Leite (Feileite), o técnico da Alta Genetics Guilherme Marquês afirma que comercializou mais de mil doses de sêmen. No processo, o cliente escolhe a genética e a técnica que deseja. Para isso, é necessário que os animais sejam avaliados para que os reprodutores sejam selecionados.
– Na compra de sêmen leiteiro, a holandesa se mostra soberana. Mas o girolando está com crescimento de 35% ao ano, e é a raça brasileira mesmo – diz o técnico.
Há nove anos, o pecuarista Newton Ramos cria a raça girolando. A produção média é de 270 prenhezes ao ano, com taxa de perda em torno de 15%. O criador só opta por acasalamentos com touros provados. As 21 doadoras do rebanho são aspiradas todo mês. Para Ramos, o que mais lhe chamou a atenção foi a adaptabilidade e o grande potencial leiteiro da raça.
De 2000 a 2010, a produção leiteira no país avançou em média 4,4% ao ano, atingindo a segunda maior taxa anual de crescimento do mundo, perdendo apenas para a China, que registra aumento de 17,61%. Só foi possível alcançar esse índice devido ao avanço de modernas tecnologias, sobretudo nas questões de genética, nutrição e manejo.
Com esse número, o país alcançou autossuficiência em produtos láticos, abastecendo a população e exportando em pequena quantidade, em torno de 3% ao ano.
Congresso Via Láctea
O primeiro Congresso Via Láctea ocorre nos dias 21 e 22 de novembro, durante a Feileite. Serão dois dias de debates e palestras sobre os desafios da produção de leite no país. Acompanhe ao vivo a transmissão no Canal Rural