O ano foi de recorde nos preços da soja e milho, produtos importantes para a alimentação dos bovinos, mas o valor recebido pelo leite continuou baixo e um dos principais motivos é a entrada de produtos estrangeiros. Em 2012, o valor importado já soma US$ 502 milhões, 0,7% a mais do que no ano passado, que já havia sido recorde em importações.
— O Brasil tem um convênio com o Mercosul que pode entrar o leite que quiser aqui que a gente não pode fazer nada. Com a Argentina nós fizemos um trato que foi cumprido até o mês passado e eles não quiseram novamente reformular — diz o presidente da Leite Brasil, Jorge Rubez.
Para o analista de mercado Rafael Ribeiro, é preciso que haja um esforço do Brasil para manter esses contratos e reformular novos, caso contrário a tendência é que 2013 seja marcado por novos recordes na entrada de produtos.
Além da possibilidade de importação ainda maior de lácteos, outra questão que deve prejudicar os produtores é o alto custo de produção. Com a quebra de safra norte-americana, 60% da próxima safra brasileira já foi comercializada no mercado futuro, o que mantém os preços em patamares elevados. Por isso, o presidente da Comissão Nacional da Pecuária Leiteira da CNA, Rodrigo Alvim, alerta para a necessidade de tentar ao máximo reduzir os custos nas propriedades fazendo substituições na alimentação dos animais sempre que possível.