Nas cidades de Primavera do Leste, Campo Verde, Nova Mutum e Pedra Preta, todas em Mato Grosso, foi observada uma alta incidência de danos nas folhas da soja provocados por lesmas.
Lesmas e caracóis são moluscos que se desenvolvem principalmente quando existe abundância de palha, em ambientes úmidos e frescos. Nessas condições favoráveis podem aumentar sua população exageradamente atacando as plantas de soja. Estes moluscos podem destruir os cotilédones, causar desfolha e até mesmo a morte das plantas jovens. Atacam normalmente na fase inicial do desenvolvimento da cultura.
As formas jovens da praga alimentam-se das folhas deixando intactas as nervuras. Os caracóis podem ainda atacar no final do ciclo da soja. Neste caso, na colheita, quando em altas populações, podem provocar o embuchamento das colhedoras.
Apesar desses danos, esta praga ainda é considerada esporádica e de importância secundária, e por isso estes moluscos ainda são pouco estudados. Há várias espécies de diferentes tamanhos que são hermafroditas, portanto, possuindo alta capacidade reprodutiva.
Estas pragas podem colocar entre 300 a mil ovos dependendo da espécie que permanece viável por longos períodos. Algumas espécies são capazes de autofecundação e outras não. Possuem hábito noturno, e o período de maior atividade alimentar ocorre nas primeiras horas da noite.
Não existem agrotóxicos recomendados para o seu controle na cultura da soja. Resultados de pesquisa indicam que algumas iscas lesmicidas à base de metaldeído possuem bons resultados de controle. Opções para essas iscas, que muitas fezes são consideradas caras pelo produtor, podem ser a aplicação de metomil 1 litro de produto comercial por hectare ou ainda sulfato de cobre 5%.
É importante salientar que são apenas resultados experimentais iniciais ou relatados feitos por produtores que testaram esses controles, mas que nenhum desses produtos tem registro e, portanto recomendação oficial de uso. Outro importante detalhe no controle de lesmas e caracóis é que ele deve ser noturno, quando a atividade desses moluscos é maior.
Colaborou o pesquisador Dr. Adeney de Freitas Bueno, Embrapa Soja – Londrina (PR).