O produtor Odair Novelo lembra a situação diferente que vivia no ano passado. Em novembro de 2011 a colheita já havia terminado e estava recebendo R$ 72,00 pela tonelada de cana. Um ano depois está ganhando R$ 5,00 a menos e tem pela frente pelo menos mais 30 dias de colheita.
Em 2011, cada tonelada de cana produzia em média 150 quilos de açúcar, contra 120 quilos em 2012. A queda na qualidade puxou o preço para baixo. Para o agricultor que produz 330 mil toneladas em quatro mil hectares é a certeza de redução dos ganhos. Além de ganhar menos , Novelo gastará mais com a prorrogação da colheita. Os custos para manter o maquinário e os 140 funcionários por mais 30 dias devem aumentar 14%.
Nas usinas, a moagem da cana será prorrogada até o fim do ano, segundo dados da União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica).
Para o gerente do Departamento Técnico da Associação dos Fornecedores de Cana de Piracicaba, José Rodolfo Penatti, a proibição das queimadas a partir desta safra foi um dos fatores que contribuiu para o atraso da colheita. Segundo ele, o preço médio que vem sendo pago aos produtores é de R$ 63,00 por tonelada, R$ 7,00 a menos do que a média de 2011. Para o ano que vem a orientação é menos euforia e mais cautela.