– Quem quiser saber o que vai acontecer com os preços do açúcar precisa ler os jornais brasileiros e ver o que o governo vai fazer com a política energética – informou o diretor de Açúcar e Bioenergia da Bunge, Ben Pearcy, em palestra no 21º Seminário da Organização Internacional do Açúcar (OIA), em Londres, na Inglaterra.
O diretor da multinacional explicou que o prejuízo da Petrobras e a forte perda das ações da companhia sinalizam que um aumento da gasolina pode estar por vir.
– A expectativa é de aumento do preço da gasolina nos próximos meses, o que vai favorecer a demanda por etanol e influenciará preços. Isso é uma decisão política do governo brasileiro – disse, ao ponderar, porém, que a equipe econômica brasileira segue preocupada com o aumento dos preços nos últimos meses, o que jogaria contra um aumento dos combustíveis atualmente.
Menos otimista com o tema, o chefe de operações da RCMA Commodities Asia, Jonathan Drake, lembrou que a economia brasileira tem apresentado resultados “pouco brilhantes” nos últimos trimestres.
– Nesse ambiente, um aumento do preço dos combustíveis não costuma ser bom. Além disso, haverá eleições daqui a dois anos. É preciso levar em conta tudo isso – comentou Drake.
Ben Pearcy observou ainda que o assunto terá influência em muitos outros temas. Hoje, explicou, os preços do açúcar são determinados pela política energética brasileira, que está também relacionado com a gasolina nos Estados Unidos, o que se reflete na demanda por etanol e nos preços do milho naquele mercado.