Novas imagens mostram redução da área desmatada na Amazônia em outubro, diz ministra

Izabella Teixeira afastou rumores de que o governo esteria escondendo dados no período da Conferência das Nações Unidas para as Mudanças ClimáticasUm dia depois de divulgar a menor taxa anual de desmatamento na Amazônia dos últimos 14 anos, o governo antecipou nesta quarta, dia 28, que a derrubada ilegal de árvores na região, no mês passado, ocorreu em 277 quilômetros quadrados (km²). As imagens captadas pelos satélites do Sistema de Monitoramento em Tempo Real (Deter), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), revelam a redução de quase 100 km² de território devastado por infratores ambientais. No mesmo mês de 2011, o crime amb

A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, afastou os rumores de que o governo brasileiro esteja escondendo o dado no período em que ocorre a Conferência das Nações Unidas para as Mudanças Climáticas, (a COP18) em Doha, no Catar.

— Não estamos escondendo os dados, estamos aperfeiçoando as informações sobre o que é corte raso e o que é degradação na Amazônia — disse.

Em agosto deste ano, por exemplo, dos mais de 500 km² desmatados na região, 60% tiveram relação com queimadas.

— O Brasil foi aplaudido ontem em Doha, pela taxa histórica de desmatamento (4,6 mil km², a menor área devastada desde o início do monitoramento iniciado em 1988) — destacou a ministra, ao citar os dados referentes ao período de agosto de 2011 a julho deste ano.

Izabella Teixeira reconheceu que os resultados das operações de combate e controle do crime ambiental não significam menos trabalho para os fiscais.

— Não estou dizendo que o desmatamento está sob controle. Toda vez que (o desmatamento ilegal) diminui, mais vou ter mais dificuldades — disse, destacando as novas técnicas usadas pelos criminosos, como camuflagem de tratores usados para a derrubada de árvores nas florestas.

Ao divulgar as informações, durante a reunião do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama), em Brasília, a ministra cobrou que os Estados publiquem decretos proibindo claramente algumas práticas nas florestas, como a do “correntão”, em que dois tratores ligados por uma corrente passam derrubando ilegalmente árvores de uma determinada área.

Segundo ela, os fiscais ambientais têm enfrentado dificuldades “na ponta”.

— Ano que vem teremos uma nova família de satélites que vai nos permitir enxergar melhor. Não estamos escondendo dados. Tenho certeza que o Brasil vai acabar com o desmatamento ilegal na Amazônia — completou a ministra.