Ao andar pelas estradas no interior do município de Cláudia (MT) ainda se tem a experiência de cruzar longos trechos em meio à mata. Não raro se vê animais silvestres entre as árvores. A atividade madeireira foi a primeira base da economia dos municípios, depois veio a pecuária extensiva. Mas há cinco anos a paisagem começou a mudar.
O que se vê muito nesta região são lavouras de soja e logo na beira uma cerca. É a indicação clara de que aqui o pasto virou lavoura. Em uma área, que vai produzir grãos pelo segundo ano, o dono, Sadi Perondi, pecuarista convicto, decidiu no ano passado plantar 120 hectares de soja para reformar as pastagens. A produtividade média foi de 55 sacas por hectare. Ele gostou do negócio, comprou maquinário novo e nesta safra ampliou a lavoura para 310 hectares.
Celso Perondi, irmão de Sadi, é outro exemplo. Há três anos tirou os bois do pasto e transformou tudo em lavoura. São 400 hectares de soja e na safrina, milho. Segundo ele, a rentabilidade chega a ser 70% maior com os grãos.
Assim como seu Celso, 90% dos pecuaristas de Claudia trocaram de atividade. Uma tendência que tem se observado nos últimos dois anos em todo o norte de Mato Grosso. Nesta safra, a área plantada será de 128 mil hectares na região, considerada a última fronteira da soja no Estado.