Na Central de Abastecimento do Rio Grande do Sul (Ceasa) estão cadastrados cerca de 2,4 mil produtores de hortigranjeiros. Com a assinatura do novo termo, todos os produtos que são vendidos serão analisados por um laboratório e caso sejam apontadas irregularidades, os produtores serão notificados.
A Ceasa será responsável também pela realização de cursos de práticas agrícolas. Dependendo da gravidade da conduta do produtor, ele poderá ter a venda dos hortigranjeiros suspensa. Por isso, a entidade está desenvolvendo uma cartilha que será distribuída aos agricultores, com explicações sobre como vai funcionar o monitoramento. Uma medida que segundo o presidente da Ceasa, Paulino Donatti, beneficiará todos.
— Vamos colocar todos os índices principais do tema que o produtor terá que fazer para não ser penalizado. Se ele for bem trabalhado, quem vai ganhar é o consumidor que vai consumir um produto de boa qualidade e também livre de agrotóxicos — explica Donatti.
Nas outras entidades que também assinaram o termo serão adotadas as seguintes medidas: o Laboratório Central do Estado será responsável por 20 análises laboratoriais mensais entregues à Promotoria de Defesa do Consumidor para as devidas providências; o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia fiscalizará as casas comerciais que vendem agrotóxicos; as secretarias da saúde de Porto Alegre e do Estado também coletarão as amostras de hortigranjeiros para análises.
A medida, que passa a vigorar a partir de 30 de novembro, divide opiniões.
— Eu acho muito importante, porque muita gente não controle a carência e isso é muito bom — diz o produtor rural Telmo Pacheco.
— Seria uma boa se fosse controlado, que é usado bastante, só que mercadoria sem agrotóxico também não se produz — fala a produtora Lenir Jung.
— Tem determinadas pragas que tu não consegue combater só com aquela quantia que estipulam para nós. Tu tens que aumentar a dose, tem muita praga. Eu frequentaria um curso para que eles me ensinassem como aumentar a minha lavoura sem usar química. Eu quero alguém que me ajudasse e não que me prejudicasse — comenta a produtora Maria Inês.