A suinocultura é a principal atividade econômica do município e os estudos consistem na diversificação do sistema de produção utilizando biofertilizante, produzido a partir da biodigestão de dejetos das granjas. O que antes podia ser um problema ambiental foi convertido em lucro para o produtor e inclusão social. A prática vem aumentando ganhos de produtividade agropecuária com baixos custos energéticos e reduzido consumo de fertilizante mineral, seguindo as recomendações do Pisa (Produção Integrada em Sistemas Agropecuários).
A proposta passa pela implantação da chamada ILPF (Integração Lavoura-Pecuária-Floresta), que vem sendo estimulada pela Embrapa e pelo Ministério da Agricultura por meio do Pisa. As pesquisas indicam que os resíduos biodigeridos dos suínos funcionam como fertilizantes nobres na ILPF/Pisa, bem como na recuperação de áreas degradadas, com ganhos de produtividade e redução de externalidades ambientais.
Os produtores com biodigestores ainda podem gerar energia elétrica para consumo próprio e eventualmente obter renda a partir da venda do excedente de energia pela geração distribuída. A reciclagem de nitrogênio e o uso de energia renovável (metano do biogás) em cadeias agropecuárias integradas podem reduzir substancialmente a contribuição humana para a mudança climática. E o uso de água de chuva armazenada para a limpeza das granjas, e até mesmo para a irrigação, também prevê balanços favoráveis quanto ao uso dos recursos hídricos.
– A sustentabilidade requer o uso de energia renovável e de insumos reciclados para substituir ao máximo o uso de combustíveis fósseis e fertilizantes químicos oriundos do petróleo, que ampliam em demasia a “pegada humana” da agricultura – explica o pesquisador Ivan Bergier.