Brasil não tem vaca louca e exportações não devem ser afetadas, diz Abiec

Para diretor-executivo, não há justificativa técnica para eventuais embargosA detecção do agente causador da Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), conhecida como doença da vaca louca, encontrada em uma fêmea bovina morta em 2010 no Paraná, não deve prejudicar as exportações brasileiras de carne bovina. A avaliação é do diretor-executivo da Associação Brasileira da Indústria Exportadora de Carne Bovina (Abiec), Fernando Sampaio.

A presença da marcação priônica (proteína modificada) em uma amostra de célula  do animal foi confirmada na quinta, dia 6, pelo governo federal. Segundo o Ministério da Agricultura, a informação foi recebida com base em análise de um laboratório da Inglaterra, para onde as amostras foram enviadas. A conclusão, segundo comunicado, foi a de que o animal não desenvolveu a doença, não morreu em função da doença e a ocorrência não coloca em risco o status sanitário do Brasil.

– O Mapa informou a OIE (Organização Mundial de Saúde Animal) os resultados das análises deste caso ocorrido em 2010, no Estado do Paraná. Justamente por se tratar de um caso não clássico é que a OIE enviou, nesta manhã, ofício mantendo o status do Brasil como país de risco insignificante para EEB, a melhor classificação existente –  informa a nota.

Para o diretor-executivo da Abiec, a diferença de dois anos entre a morte do animal e a detecção do causador não é incomum, já que são necessárias várias etapas de testes. Ele avalia que, apesar da demora, o sistema é eficiente. Na opinião de Sampaio, a situação está esclarecida e não há motivos para qualquer importador barrar a carne bovina brasileira. Na perspectiva da Abiec, é improvável que ocorra qualquer ação contra o Brasil.

– Nosso status na OIE não vai ser rebaixado. Então não tem nenhuma retaliação comercial possível, não há nenhum embargo que se justifique tecnicamente. Se houver algum embargo, o Brasil pode recorrer a organismos internacionais para reverter a medida e diplomaticamente discutir – disse.

Encontro

Em desacordo com a opinião de Fernando Sampaio, o presidente da Sociedade Rural Brasileira (SRB), Cesário Ramalho da Silva, disse que embora não tenha sido registrada a ocorrência clássica da EEB e sim um caso isolado, a situação preocupa, pois pode dar margem a algum país para restringir as importações de produtos brasileiros. Ele afirmou que a transparência do Ministério da Agricultura na divulgação das informações contribui para dar maior segurança em relação ao controle da sanidade rebanho.

A afirmação ocorreu em um encontro de dirigentes das principais entidades de classe dos produtores rurais com o Ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro Filho (PMDB-RS). Eles manifestaram apoio aos procedimentos adotados pelo serviço de defesa agropecuário brasileiro em relação ao caso.

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