Estados Unidos pedem à Rússia que suspenda pedido de certificação de carne

Russos pedem a comprovação de que produto norte-americano está livre do aditivo ractopamina, utilizado na ração animalOs Estados Unidos pediram ao governo russo que suspenda a exigência de teste e certificação de carne bovina e suína para comprovar que o produto norte-americano está livre do aditivo ractopamina, utilizado na ração animal. O pedido foi confirmado em um comunicado divulgado no sábado, dia 8, pelo representante de Comércio dos Estados Unidos, Ron Kirk, e pelo secretário do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), Tom Vilsack.

Os russos ameaçaram suspender as importações dos EUA, caso as novas regras não fossem cumpridas. No texto, Kirk e Vilsack expressaram a preocupação do país com as solicitações da Rússia, “que parecem ser incompatíveis com suas obrigações como membro da Organização Mundial do Comércio (OMC)”. As autoridades afirmaram que, a menos que haja uma avaliação de risco que justifique padrões sanitários mais rigorosos, a Rússia se comprometeu a seguir o pacote de adesão da OMC, da mesma forma que os EUA.

A ractopamina, proibida em outros países, é usada para tornar a carne mais magra. Uma comissão da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre aditivos alimentares concluiu que quantidades muito pequenas do aditivo na carne não representam ameaça para a saúde humana.

Segundo o porta-voz da Federação de Exportação de Carne dos EUA, Joe Schuele, o serviço de vigilância veterinária e fitossanitária da Rússia já havia anunciado uma política de tolerância zero para resíduos em carne suína há um ano. Em setembro, o país barrou importações de um produtor dos EUA após a substância ter sido detectada em um embarque.

Em entrevista ao Wall Street Journal, Schuele destacou que o USDA não tem um programa de certificação e testes para detectar resíduos de ractopamina na carne de gado bovina e suína, portanto, na prática, a exigência russa representaria uma proibição à importação. A Rússia é um dos dez maiores importadores de carne suína e bovina norte-americana. As compras russas geram receita de US$ 500 milhões por ano aos EUA.