Entidades buscam soluções pacíficas para conflito de terras em Mato Grosso

Representantes de produtores rurais devem se reunir com a ministra-chefe da Casa Civil, em Brasília, para evitar mais violência durante desocupação de terras indígenasLogo na primeira investida para desocupação da área conhecida como Suiá Missu, em São Félix do Araguaia e Alto Boa Vista, em Mato Grosso, houve confronto entre moradores e homens da Polícia Federal, da Força Nacional de Segurança e da Polícia Rodoviária Federal. A Justiça Federal reconheceu a área como propriedade dos índios xavantes e o prazo para que as famílias saíssem do local venceu na última quinta, dia 6.

Para evitar mais confrontos, o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso (Famato), Rui Prado, e representantes de outras entidades do Estado, deve se reunir na quinta, dia 13, com a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, em Brasília.

O conflito aconteceu na tarde de segunda, dia 10, dentro da Fazenda de Posto da Mata, a primeira que deve ser desocupada. Os produtores, alguns residentes na região há mais de três décadas, já anunciaram que preferem morrer a deixar o local. Durante o conflito entre produtores rurais e agentes, algumas pessoas foram feridas.

– Queremos uma solução política para o conflito para que não aconteça nenhuma tragédia, para que se resolva tudo de uma maneira pacífica lá – afirmou Prado em entrevista ao programa Mercado e Cia, do Canal Rural, desta terça, dia 10.

Segundo ele, a região nordeste de Mato Grosso, onde ficam as terras que devem ser desocupadas, é bastante produtiva e ocupada por grandes, médios e pequenos produtores rurais. Para Prado, não faz sentido expulsar a população da área.

– Estamos tentando estancar o processo de desocupação. É uma área produtiva e o país tem muitas outras áreas que podem servir muito bem aos índios. Nosso pedido é pela suspensão da liminar de desocupação ou pela suspensão do decreto demarcando a região como terra indígena, até que se averigue todo o processo que está tramitando.

Além da reunião com o governo federal em Brasília, as entidades que representam produtores rurais mato-grossenses estão organizando um ato físico no Posto da Mata. A ideia é reunir produtores de todo o país para uma mobilização pela paz para sensibilizar as autoridades.

– Nós contribuímos com a balança comercial do país, somos cidadãos de bem, aquelas pessoas deram a vida pela região. O Exército e a Força Nacional estão enfrentando pessoas desarmadas, mulheres e crianças. Os policiais atiraram gás lacrimogêneo e estão com armas na mão. Não é assim que se resolve, queremos uma solução política e pacífica – finalizou Prado.

Clique aqui para ver o vídeo