Para evitar mais confrontos, o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso (Famato), Rui Prado, e representantes de outras entidades do Estado, deve se reunir na quinta, dia 13, com a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, em Brasília.
O conflito aconteceu na tarde de segunda, dia 10, dentro da Fazenda de Posto da Mata, a primeira que deve ser desocupada. Os produtores, alguns residentes na região há mais de três décadas, já anunciaram que preferem morrer a deixar o local. Durante o conflito entre produtores rurais e agentes, algumas pessoas foram feridas.
– Queremos uma solução política para o conflito para que não aconteça nenhuma tragédia, para que se resolva tudo de uma maneira pacífica lá – afirmou Prado em entrevista ao programa Mercado e Cia, do Canal Rural, desta terça, dia 10.
Segundo ele, a região nordeste de Mato Grosso, onde ficam as terras que devem ser desocupadas, é bastante produtiva e ocupada por grandes, médios e pequenos produtores rurais. Para Prado, não faz sentido expulsar a população da área.
– Estamos tentando estancar o processo de desocupação. É uma área produtiva e o país tem muitas outras áreas que podem servir muito bem aos índios. Nosso pedido é pela suspensão da liminar de desocupação ou pela suspensão do decreto demarcando a região como terra indígena, até que se averigue todo o processo que está tramitando.
Além da reunião com o governo federal em Brasília, as entidades que representam produtores rurais mato-grossenses estão organizando um ato físico no Posto da Mata. A ideia é reunir produtores de todo o país para uma mobilização pela paz para sensibilizar as autoridades.
– Nós contribuímos com a balança comercial do país, somos cidadãos de bem, aquelas pessoas deram a vida pela região. O Exército e a Força Nacional estão enfrentando pessoas desarmadas, mulheres e crianças. Os policiais atiraram gás lacrimogêneo e estão com armas na mão. Não é assim que se resolve, queremos uma solução política e pacífica – finalizou Prado.