Falta de investimentos encarece movimentação nos portos brasileiros, aponta levantamento

Valor pago pode chegar a US$ 200, praticamente o dobro do cobrado nos principais terminais europeus e asiáticosA movimentação de um contêiner nos portos brasileiros está entre as mais caras do mundo. O valor pago pode chegar a US$ 200, praticamente o dobro do cobrado nos principais terminais europeus e asiáticos.

Segundo levantamento feito pela Confederação Nacional dos Transportes (CNT), quase 96% do volume de exportações brasileiras foi transportado pelos portos no ano passado, mas faltam investimentos no setor. Nos últimos 20 anos, não foram aplicados muitos recursos no setor e, nos últimos 36 meses, foram investidos pouco mais de R$ 3 bilhões, fazendo com que os portos se tornem ineficientes.

Dos 34 portos existentes no país, 13 são responsáveis pela movimentação de 90% da carga brasileira e todos possuem problemas idênticos: excesso de tributação, muita burocracia e custo de mão-de-obra elevado. Aliado a isso, estão as dificuldades do acesso terrestre. A solução dessas questões, de acordo com o estudo, seria a chave para baratear o transporte.

– É preciso investir criteriosamente, melhorarando as estradas e os próprios portos, agilizando as operações, entrada rápida de navios e saída rápida de navio. Estamos batendo recordes com grandes safras, então precisamos estar preparados para isso – afirma Meton Soares, vice-presidente da CNT.

O governo federal anunciou recentemente que investirá R$ 31 bilhões no sistema portuário brasileiro nos próximos três anos. O recurso é visto com bons olhos pelo setor. Ainda não há previsão, no entanto, de quanto tempo será necessário para perceber os efeitos da aplicação desse valor na solução dos principais problemas apontados.

– Posso dizer que o problema de hoje não se resolve hoje. O que a gente tem hoje vai demorar um pouquinho pra resolver porque tem todo esse trâmite, esse sistema de você estar aplicando investimentos lá na construção, de você poder pensar em estrada, ferrovia, portos, dragagem, tudo isso tem um trâmite para você produzir aquilo que precisa – pondera o vice-presidente da Federação Nacional das Agências de Navegação Marítima, Waldemar Rocha Júnior.

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