Incertezas sobre o comércio exterior aumentam pressão de baixa e especulação no mercado do boi gordo

Arroba tem pequenas desvalorizações diáriasA pressão de baixa no mercado do boi gordo, que já vinha sendo observada, com a dificuldade nas vendas da carne, agora se soma às incertezas referentes ao mercado externo, em razão da divulgação da presença do agente causador da doença da vaca louca em um animal do Paraná morto em 2010. Segundo levantamento da Scot Consultoria, nesta quarta, dia 12, houve queda de preços em 18 das 31 praças pesquisadas para o boi gordo.

Com isso, o mercado está fortemente especulado, com grande flutuação de preços, principalmente levando em conta as empresas exportadoras, que reduzem as compras e pressionam com maior intensidade os preços. Em São Paulo a referência ficou em R$95,00 por arroba à vista, sendo que existem ofertas de compra abaixo deste valor.

A escala média de abate no Estado é de seis dias úteis, com algumas empresas com o ano já fechado. No mercado atacadista de carne bovina com osso, houve queda no preço de algumas peças, com o boi casado de animais castrados cotado em R$6,23 por quilo.

Arroba tem pequenas desvalorizações diárias, diz Cepea
De acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), os preços do boi gordo registraram pequenas quedas nos últimos dias no mercado brasileiro. Entre 5 e 12 de dezembro, o Indicador do Boi Gordo Esalq/BM&FBovespa cedeu 1,4%, ou R$ 1,35 por arroba, fechando a R$ 95,96 nessa quarta, dia 12. No acumulado de dezembro, a variação é negativa, em 0,48%.

Segundo pesquisadores, nas unidades de abate exportadoras e que estão com escalas mais alongadas, o desinteresse por novas compras esteve ainda maior, exercendo pressão considerável sobre os valores da arroba. Vale ressaltar, no entanto, que as efetivações de negócios para preencher escalas mais próximas acabaram impedindo desvalorizações mais expressivas, visto que o volume de animais ofertados tem tido apenas ligeiros aumentos.

Margem de comercialização da indústria se mantém
Apesar da desvalorização, a margem de comercialização, em relação ao preço pago pelo boi gordo, está em 23,3%, segundo a Scot Consultoria. Considerando a venda da carcaça, miúdos, derivados e subprodutos, um frigorífico afere receita de R$119,01 por arroba.

Mesmo com os recuos desde o pico, observado em setembro, de 29,5%, a margem ainda está maior que as médias em 2011 e 2012, representadas pelas linhas vermelha e verde, respectivamente. Em 2011, a margem média foi de 14,6% e este ano, até o momento, está em 20,1%. Vale ressaltar que esta margem não representa lucro, uma vez que os custos não são considerados.

A demanda por carne deixando a desejar, frente à oferta, tem gerado recuos no mercado atacadista. No entanto, como a matéria-prima também tem acompanhado a movimentação de baixa, as margens têm se mantido historicamente boas.

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