Caso da vaca louca exigirá investimentos, diz Abipecs

Camargo Neto, presidente-executivo da associação, defendeu aumento de recursos destinados à vigilância, inspeção sanitária e laboratóriosA demora de um ano e meio na confirmação da presença do agente causador da doença da vaca louca em um animal no Paraná abalou a credibilidade das autoridades sanitárias brasileiras e vai exigir investimentos do governo para que problemas semelhantes não voltem a ser registrados, afirmou Pedro de Camargo Neto, presidente-executivo da Associação Brasileira de Produtores e Exportadores de Carne Suína (Abipecs), na sexta, dia 14. Neto integra a delegação de 80 empresários que acompanham a visita da

– Alguém tem de explicar direitinho o que aconteceu – declarou o executivo em Moscou.

Em sua avaliação, já existe um efeito dominó gerado pelo caso da vaca que morreu em 2010, com a suspensão das importações da carne bovina brasileira pelo Japão, pela África do Sul e China. Mesmo assim, ele destacou que as negociações com os três países são insignificantes para o mercado brasileiro.

Segundo ele, o temor é de que outros países adotem medidas semelhantes. Além disso, problemas sanitários em relação à carne bovina podem influenciar negativamente outras carnes.

Para ele, é inadmissível que um exame laboratorial demore um ano e meio para ser concluído.

– É rápido perder credibilidade, mas reconquistá-la demanda tempo – afirmou.

Na tentativa de reverter a situação, Neto defendeu o aumento do Orçamento do Ministério da Agricultura e dos recursos destinados à vigilância e inspeção sanitária e aos laboratórios.

– As desculpas podem ser verdadeiras, mas ficou claro que elas não são aceitas pelos compradores – disse.

Se o foco de vaca louca tivesse sido notificado em um prazo de dois meses depois da ocorrência, Neto acredita que não teria havido maiores problemas.

Embarques de carne para o Japão e a África do Sul são pequenos, diz Abiec

A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) informa que o Japão, a África do Sul e a China representam aproximadamente 1,5% da exportação brasileira de carne bovina no período de janeiro a novembro de 2012. Cada país corresponde, respectivamente, a 1.610 toneladas (0,14%), 639 toneladas (0,06%) e 14.830 toneladas (1,31%).

No comunicado, a Abiec ressalta que as embaixadas do Brasil nesses países, as embaixadas desses países no Brasil, os adidos agrícolas do Brasil no exterior, e os delegados que representam estes países na Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) receberam notas técnicas do Ministério da Agricultura, com todas as informações necessárias para garantir a continuidade do fluxo de comércio de carne bovina do Brasil para esses mercados.

Segundo a Abiec, o governo brasileiro está solicitando justificativas aos mercados que restringiram as importações bovinas de carne brasileira.

– A Abiec apoia o esforço do governo e repudia o desrespeito às normas e procedimentos preconizados pela OIE, que dão as garantias necessárias de sanidade às operações de comércio internacional – informa a associação.