O produtor rural paulista Basílio Panichek teve 40% dos pés de alface perdidos com a chuva dos últimos 20 dias. Em um pequeno espaço, 15 mil mudas são plantadas por semana. Depois do plantio, levam cerca de 35 dias para serem colhidas.
No caso do brócoli e da couve-flor, a perda na propriedade foi de 100%. O custo de produção é de R$ 1,00 por pé. O produtor contabilizou um prejuízo de R$ 10 mil a R$ 15.000.
– Não tem como recuperar, vai ser perda total. Agora tenho que preparar a terra e plantar tudo de novo. A partir da agora, começa a faltar, não tem como por no mercado, não tem qualidade, por isso que eleva muito o preço. O cliente reclama, mas não tem o que fazer – afirma Panichek.
O brócoli e a couve-flor só poderão ser colhidos novamente em março. A alface pode ser replantada semanalmente, mas também já esta em falta e agora com custo mais alto. Em média, o produtor gasta R$ 0,60 para produzir e vende a R$ 0,75 no atacado.
– Você investe em plantio, adubo, insumos. Isso tudo aumenta o custo – pontua o agricultor.
O efeito é sentido no varejo. No mercado municipal de São José dos Campos, no interior de São Paulo, a banca de Dona Nelci esta com espaço reduzido para as verduras. Ela busca a mercadoria em Mogi das Cruzes e relata que está difícil encontrar alguns produtos.
A dificuldade também é refletida no bolso do consumidor, que acaba reduzindo o consumo.
– Nessa época de sol forte, as verduras murcham tudo. Tá muito alto. Antigamente, era na base de R$ 0,50. Ultimamente, não tem mais salada em casa – lamenta a faxineira Rosangela Araújo Alves.