Quem entra no Paraná pelos campos de Palmas, na divisa com Santa Catarina, encontra um cenário futurista. O vento que corre a uma altitude de 1,3 mil metros, faz “crescer” centenas de torres, com gigantescas hélices, que produzem o que há de mais limpo em termos de energia elétrica. Mas não é só isso que se destaca na região. Nos últimos três anos, os campos nativos, antes usados na pecuária, viraram lavouras de soja. A região é uma das que contribuíram no crescimento de área no Estado nesta safra, estimado em 5%. E a expectativa é das melhores.
– Acreditamos em uma safra muito positiva – diz Orley Jair Lopes, gerente regional da Emater de Franciso Beltrão (PR)
A região sudoeste do Paraná integra 42 municípios. Juntos plantaram 483 mil hectares e esperam colher 1.6 milhão de toneladas de soja. O produtor Ivo Polo semeou 130 hectares em Pato Branco. Um quarto da lavoura está bem adiantado e deve ser colhido em aproximadamente 20 dias.
A alta produtividade é resultado de investimento tecnológico. Além de agricultura de precisão, foram aplicados 300 quilos de adubo por hectare, além de outros cuidados.
Mas nem tudo está bem na região, principalmente quando o assunto é a buva e sua resistência aos herbicidas. No Paraná, encontramos na beira da estrada uma lavoura tomada pela invasora e, pior, já soltando a flor.
O problema é levado a sério na fazenda de Ivo Polo. Ele mesmo, ao visitar a lavoura, não dá chance para a erva daninha. Nesta fase da plantação, o controle é manual. Os pés são arrancados um a um. Mas o manejo começa no inverno com culturas como trigo ou aveia, que permitem uma cobertura generosa de palha no solo.
– O produtor, tendo um manejo cultural, que seria a palhada, além do controle no inverno, pré-dessecação, trabalhando com grupos químicos diferentes, usando produtos de pós e pré emergência diferentes, pode ter um controle bem melhor – fala Sidarta Palma, engenheiro agrônomo.
Problemas como o da buva são os desafios para a biotecnologia na agricultura. É o que pensa Ilário Caglioni, engenheiro agrônomo da Emater de Pato Branco (PR), especializado em manejo de pragas e invasoras com redução do uso de agrotóxicos.
– O governo deveria investir muito dinheiro nisso, porque é a sobrevivência do nosso planeta – diz Ilário João Caglioni.