Comércio global de arroz deve cair 5,5% em 2013, estima IGC

Queda ocorrerá pelo enfraquecimento da demanda de grandes importadores como Nigéria, China e IndonésiaO comércio global de arroz, que foi recorde em 2012, deve diminuir neste ano devido ao enfraquecimento da demanda de grandes importadores como Nigéria, China e Indonésia, estimou o Conselho Internacional de Grãos (IGC, na sigla em inglês) nesta segunda, dia 21.

“Devido à provável redução de compras da China e países africanos, os volumes de arroz negociados globalmente devem recuar 5,5%, para 36 milhões de toneladas em 2013”, informou relatório do conselho.

O comércio mundial da commodity cresceu 6% no ano passado, para 38,1 milhões de toneladas, conforme o IGC. Diferente de 2011 e 2012, quando as importações da Indonésia e a China se destacaram, embarques para o Sudeste Asiático devem cair 11%, para 9,9 milhões de toneladas, previu a instituição. As aquisições externas da Indonésia devem recuar 31%, para 1,1 milhão de toneladas em 2013. O arquipélago foi o maior importador de arroz há dois anos, quando chegou a comprar três milhões de toneladas.

A companhia estatal responsável pelas importações da Indonésia, conhecida como Bulog, planeja reduzir substancialmente as aquisições neste ano devido aos estoques volumosos e à perspectiva positiva para a produção doméstica, avaliou o IGC. A produção do país está prevista em 37 milhões de toneladas neste ano, alta de 600 mil toneladas sobre 2012, acrescentou.

As importações de arroz da China devem cair 40%, para 1,5 milhão de toneladas com suporte do aumento da safra local, que deve crescer dois milhões de toneladas, para 142,5 milhões de toneladas em 2013, segundo o relatório.

A instituição também projeta recuo das importações da África. Um aumento de impostos sobre as compras externas acelerou as importações da Nigéria em 2012, que avançaram 8%, para 2,9 milhões de toneladas. Neste ano, elas devem retrair em 10%, avalia o IGC. A demanda menor da Nigéria deve ajustar para baixo as importações da África Subsaariana em 9%, para 10,9 milhões de toneladas, conforme a instituição.

A queda do interesse de países importadores é uma das razões para o crescimento das reservas dos exportadores. Estoques de passagem nos cinco maiores exportadores de arroz – Índia, Vietnã, Paquistão, Tailândia e Estados Unidos – devem crescer pelo oitavo ano consecutivo e atingir recordes 37,1 milhões de toneladas, alta de 1,9% na comparação anual e o dobro ante cinco anos anteriores, calculou o conselho.