A medida é motivo de animação no setor de bovinos. O criador de gado e proprietário de frigorífico no interior de São Paulo Edmur Pedroso gasta cerca de R$ 23 mil por mês em energia elétrica. Com a tarifa menor, ele espera economizar cerca de R$ 7 mil ao mês, o que totaliza R$ 100 mil em um ano. Com a economia, ele pretende fazer investimentos na empresa, especialmente em logística.
– Vai ser muito bom e a gente vai ter uma boa economia. Com este valor, podemos investir em melhoramento – afirma Pedroso.
Já o presidente da Associação Paulista de Avicultura (APA), Érico Pozzer, lembra que o último ano foi marcado pelo aumento nos custos de produção devido à alta nos grãos. Para ele, a redução na conta de energia elétrica é uma alternativa para diminuir as despesas em meio a tantos gastos.
– A energia elétrica é o segundo insumo mais elevado depois dos custos com mão de obra no caso da criação do frango vivo. Também é bastante significativo porque aqui tudo é automatizado, então tendo uma redução de 30% para a indústria e para o produtor rural, deve ajudar muito – destaca.
O pesquisador da Universidade de São Paulo (USP), Célio Bermann, que estuda tarifas de energia elétrica, levanta, no entanto, que a medida do governo pode ser inviável em época de grande consumo, como no inverno. Nesse período, ele acredita que as tarifas devem ficar maiores do que o esperado.
– A intenção é louvável, mas os mecanismos que estão sendo utilizados para atingir esses níveis é uma faca de dois gumes – conclui.