Máquinas agrícolas mais potentes ganham espaço nas lavouras do Rio Grande do Sul

Redução nos juros de financiamentos e alta nos preços das commodities explicam a tendênciaA busca por agilidade, conforto e tecnologia tem levado produtores do Rio Grande do Sul a apostarem em máquinas mais potentes. Modelos acima de cem cavalos ganham espaço nas lavouras gaúchas. O combustível para esse investimento é a combinação de juros mais baixos e commodities valorizadas.

— Com a venda antecipada da soja nesta safra, os agricultores obtiveram renda para renovar os equipamentos. Nesta boa fase, poucos levam para o campo máquinas de 70 ou 80 cavalos, preferem as maiores — afirma o presidente do Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos Agrícolas no Rio Grande do Sul (Simers), Claudio Bier.

A preferência é verificada pelas fabricantes. A Valtra teve crescimento de 15% no país na venda de máquinas com mais de cem cavalos de potência em 2012. Neste ano, a expectativa é crescer mais 12%. Para o coordenador comercial da marca, Jalison Cruz, o aumento da área plantada é um dos fatores que impulsionaram as vendas de máquinas de grande potência. Entre os gaúchos, tratores de 120 e 200 cavalos são os preferidos.

— Começamos 2012 pensando que teríamos queda de vendas no Estado devido à seca, mas fechamos com aumento de cerca de 10% — diz Éder Pinheiro, coordenador de marketing da Massey Ferguson, que confirma crescimento nas vendas de modelos de tratores de 130 a 180 cavalos no último ano no Estado, principalmente para produtores de grãos.

É caso de Joel França, 46 anos, de Passo Fundo, no norte do Estado. Em 2012, investiu cerca de R$ 500 mil em novas máquinas. A propriedade ganhou um trator com potência de 145 cavalos e um pulverizador de 175 cavalos.

— Economizamos tempo, combustível e, principalmente, mão de obra, que está cada vez mais difícil de encontrar — explica.

Opinião compartilhada pelo diretor comercial da John Deere, Werner Santos: máquinas potentes possibilitam aos produtores trabalhar mais hectares em menor tempo. A empresa passou a vender colheitadeiras maiores para o noroeste e norte do Estado no último ano e planeja ampliar a venda em 2013 com novas concessionárias.

Dentro dessa tendência de mercado, os implementos têm o seu papel: plantadeiras e colheitadeiras maiores exigem mais força do trator, ou seja, pedem máquinas mais potentes, observa o diretor comercial da New Holland, Luiz Feijó.

— Hoje, tratores acima de cem cavalos respondem por 50% das vendas — completa.