– Mas estes números são muito maiores, uma vez que poucas amostras são encaminhadas para análise em laboratórios credenciados – frisa o assistente técnico estadual em Soja da Emater/RS-Ascar, Alencar Paulo Rugeri.
A ferrugem asiática é uma doença fúngica que se espalha rapidamente em função da eficiente disseminação dos esporos do fungo pelo vento. As condições que favorecem o seu desenvolvimento são temperaturas próximas a 24ºC e 6 horas de molhamento das áreas cultivadas. A desfolha precoce, que impede a completa formação dos grãos, com consequente redução da produtividade, é o principal sintoma apresentado pelas lavouras.
Conforme Rugeri, para evitar prejuízos à produção, os produtores devem monitorar constantemente as áreas semeadas e atentar-se para a ocorrência da doença em outras regiões produtoras e demais Estados brasileiros.
– Uma das táticas adotadas para verificar a presença do fungo em uma determinada região é a instalação de ‘lavouras sentinelas’. Trata-se de áreas semeadas cerca de 20 dias antes da época normal e que não recebem o tratamento de fungicidas, onde o monitoramento é feito – explica Rugeri.
O produtor deve realizar o tratamento químico com produtos adequados somente se forem constatados casos em áreas próximas. Isso, segundo Rugeri, evita aplicações desnecessárias.
Rugeri alerta que a ferrugem pode atacar a planta em qualquer fase da cultura.
– A ferrugem surge, inicialmente, no terço inferior da planta, portanto, o produtor deve coletar folhas nessa região e fazer a verificação. Quando a lavoura está ‘fechada’, criam-se condições favoráveis ao desenvolvimento do fungo. Entretanto, a doença pode atacar a planta em qualquer fase da cultura, sendo maior o risco a partir da fase do florescimento – ressalta Rugeri.
Pontos minúsculos na folha, com saliências na face de baixo da mesma (abaxial), sem halo amarelo ao redor das pontuações, são os principais sintomas da ferrugem asiática.
– Se o produtor constatar essas características deve encaminhar uma amostra para os mais de 10 laboratórios credenciados no Estado, que analisam gratuitamente o material. Além disso, deve intensificar o controle com a aplicação dos fungicidas adequados. Dependendo do grau de infestação, as perdas podem chegar a 80% – alerta Rugeri.