Os agricultores cultivaram 1,03 milhões de hectares de milho no Estado, ante os 1,11 milhões de hectares do último ciclo. Mas com um volume favorável de chuva, a expectativa da Conab é que a média de produtividade salte de 50 sacas por hectare para 75 sacas por hectare.
Com pouco mais de 60% da lavoura de milho colhida em Ijuí, no noroeste gaúcho, o produtor Joceli Noronha, projeta produtividade de até 120 sacas por hectare, depois de colher 30 sacas por hectare na última safra devido à seca.
Na contramão dos vizinhos, o dono da propriedade onde foi realizada a abertura oficial da colheita do milho na quarta, dia 6, ampliou em 10 hectares a área plantada do grão. A lavoura escapou da geada e do granizo que prejudicou municípios da região em setembro. Cerca de 20% das lavouras tiveram de ser replantadas, segundo o presidente da Associação dos Produtores de Milho do Estado, Cláudio Luiz de Jesus.
Para o superintendente do Ministério da Agricultura do Rio Grande do Sul, Francisco Signor, o grande desafio gaúcho é equilibrar o déficit entre produção e consumo, que afeta principlamente a indústria de leite, frango e suínos.
– Discutimos a logística para trazer milho de outros Estados enquanto devíamos estar pensando no produtor – afirma Signor.
De olho na cotação
Se na última safra o problema foi o clima, agora a preocupação é o preço do grão. Em alta no último ano, devido à quebra na produção gaúcha e americana, a saca chegou a R$ 37 no Porto de Rio Grande. Neste ano, o valor caiu para cerca de R$ 33 – na semana passada, segundo a Emater, o preço máximo foi de R$ 31 – e deve seguir em baixa, segundo Farias Toigo, da Capital Corretora.
– A queda no dólar e a entrada do produto no mercado pressionam o preço para baixo.
Ruim para o produtor, a queda dos preços de produtos agropecuários puxa para baixo a inflação, conforme dados do Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) divulgados na terça, dia 5.
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