Etanol experimental produzido a partir do sorgo pode ser alternativa à produção com cana-de-açúcar

Plantação da gramínia seria feita no sistema de rotação de cultura nas áreas de reforma dos canaviais, garantindo etanol em um período de baixos estoquesO ano de 2013 sinaliza um período de recuperação para o etanol. O aumento da mistura do biocombustível na gasolina de 20% para 25% e o consumo dos veículos flex, que podem ser abastecidos tanto com gasolina quanto com álcool, devem aquecer a demanda e, consequentemente, ocasionar um aumento da produção.

No interior de São Paulo, um projeto experimental vem estimulando a produção do etanol de uma forma alternativa. A matéria-prima utilizada é o sorgo e, em pouco tempo, esse novo tipo de etanol pode ser uma opção comercialmente viável para os produtores.

O produto utilizado para esse novo tipo de etanol é uma gramínia da mesma família do sorgo da cana-de-açúcar que, no passado, já foi considerado um sub produto da cana.

– O sorgo é uma cultura amplamente usada no Brasil para alimentação de animais. Muito tempo se passou até que se descobrisse sua utilidade aliada à tecnologia. Este é um experimento voltado para o futuro, utilizando o sogro como matéria-prima para produção de etanol – explica Vagner Kogikoski Júnior, gerente de marketing da Canavialis, marca comercial da Monsanto para os negócios de cana-de-açúcar e sorgo sacarino no Brasil.

Os primeiros testes foram feitos na década de1970 e logo abandonados. Há três anos, a multinacional Monsanto fez uma parceria com uma empresa de maquinário agrícola e começou a desenvolver um projeto em cinco usinas.

A produção média da plantação de 20 hectares de sorgo para os experimentos é de 50 toneladas por hectare. De cada tonelada se produz 50 litros de etanol, o que equivale a 2,5 litros por hectare, média suficiente para garantir a rentabilidade do negócio.

A novidade vem sendo encarada como uma alternativa e não como concorrência à cana-de-açúcar. A plantação seria feita no sistema de rotação de cultura nas áreas de reforma dos canaviais em outubro e novembro para colheita em março, garantindo etanol em um período de baixos estoques.

A consolidação do experimento vai depender da aceitação do produtor e de alguns ajustes da indústria. Na outra ponta do projeto, na empresa que produz máquinas e implementos e que apoia os testes, o protótipo de uma colheitadeira adaptada para plantação de sorgo já foi aprovada.

Clique aqui para ver o vídeo