As lavouras se estendem pelo oeste baiano, a partir da divisa com os Estados de Tocantins e Goiás. Somente de soja, a área chega a 1,3 milhão de hectares. A de algodão ultrapassa os 280 mil hectares. Em ambas as culturas, o ataque da lagarta helicoverpa, um problema que começou na safra passada.
Em uma das fazendas do produtor Julio Busato, que há 25 anos planta na região, as folhas não denunciam o problema, mas é só procurar nas vagens para entender por que essa lagarta passou a ser o pesadelo dos produtores rurais.
E a praga age da mesma forma na planta do algodoeiro. Em uma lavoura, há poucos dias foi feita uma pulverização de combate, mas a lagarta é difícil. Foi só procurar um pouco que encontramos vários exemplares nas flores e nas maças do algodão.
Várias aplicações geram mais custo. A estimativa na região é de que a lagarta cause um prejuízo na casa dos R$ 300 milhões.
A situação ficou tão séria na lavoura que os produtores rurais decidiram que era hora de tomar uma atitude mais enérgica. No começo do mês, um grupo técnico foi para a Austrália, país onde a helicoverpa há 10 anos é controlada. O movimento culminou com em um encontro para definir estratégias de combate à praga.
A presença de mais de 1,2 mil pessoas reflete a gravidade do problema, que se manifesta também em outros Estados brasileiros produtores de grãos. Durante o encontro, membros da Missão Austrália relataram como a helicoverpa foi controlada no país. Para a Bahia, foi apresentada uma proposta de um plano de manejo da praga.
Os palestrantes e pesquisadores, indistintamente, reforçaram a necessidade de que a ação de combate seja coletiva e uniforme. Para exemplificar, que as várias fazendas do oeste baiano sejam vistas como uma só. E ainda com a participação dos governos neste processo.