Segundo o presidente da Associação Brasileira de Produtores de Grãos Não Geneticamente Modificados (Abrange), Cesar Borges, o principal mercado para eles são as empresas de ração e produtores de aves e suínos da Europa.
— Tem mercado. A cada ano o prêmio tem melhorado. É um espaço para o Brasil ocupar. Mato Grosso terá a primeira fábrica de proteína concentrada de soja, além da lecitina, que paga prêmio diferenciado para não transgênico — afirma.
Borges admite que os transgênicos mudaram as regras do mercado mundial, mas acredita que o crescimento chegou no limite.
— O não transgênico ficou ocupando um espaço de mercado especial, especializado. Este mercado existirá por muitos anos — comenta.
Dados da Céleres consultoria mostram que no ano agrícola 2012/2013 a área plantada com sementes geneticamente modificadas deve ser de 37 milhões e cem mil hectares, uma evolução de quase cinco milhões de hectares, 21% a mais do que a safra anterior. Segundo o diretor do Serviço Internacional para Aquisição de Aplicações em Agrobiotecnologia (ISAAA), Anderson Galvão, a evolução é resultado da segurança jurídica que começou em 2005 com a criação da lei de biossegurança.
A soja lidera o mercado dos transgênicos, com 90% da produção geneticamente modificada. Os números mais impressionantes ficam por conta da produção de milho, que em apenas quatro anos já chegou a 76%. O algodão tem 50% da produção com sementes modificadas.
Pesquisas apontam a cana-de-açúcar como a próxima cultura transgênica a ser produzida comercialmente.
— Ainda tem margem para aumentar esta adoção? Sim. Com os novos produtos que virão para o mercado esta adoção será maior e o Brasil ainda tem esta margem de crescimento — afirma a diretora do Conselho de Informações sobre Biotecnologia, Adriana Brondani.