Estiveram presentes o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Neri Geller, o consultor Carlos Cogo, além do presidente da Cooperativa Aurora, Mário Lanznaster, e do diretor da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado de Mato Grosso (Aprosoja-MT), Nelson Piccoli. O debate foi presidido pelo coordenador do Fórum Nacional do Milho, Odacir Klein.
O consultor Carlos Cogo expôs a logística como principal entrave para o desenvolvimento da cadeia de milho. Segundo ele, os estoques do grão no Brasil totalizarão 10 milhões de toneladas este ano.
– Não falta milho no Brasil, falta logística, falta carregar milho de um lado para o outro, falta ferrovia, falta estrada, faltam caminhoneiros, faltam caminhões.
Ele também projetou que, nos próximos anos, o país alcance a liderança na produção e exportação global do grão. Segundo ele, o crescimento do consumo de proteína no mundo, consequência da explosão da classe média em países emergentes, como a China, deve demandar uma alta distribuição de milho para ração por países produtores. O papel dos Estados Unidos, que plantam 38 milhões de hectares e não têm mais espaço para ampliar o cultivo da cultura, também deve influenciar o crescimento brasileiro neste aspecto.
Cogo analisou o cenário internacional da commodity e destacou que a demanda do grão cresceu 94% em apenas 20 anos. A China tem se posicionado como importante mercado importador, com estimativa de compra de oito milhões de toneladas em 2013.
O consultor apontou para a necessidade da criação de políticas agrícolas e defendeu que planos de safra são insuficientes para organizar o setor. Ele ressaltou que o governo precisa auxiliar os produtores com a implementação de políticas de longo prazo, reconstrução dos estoques públicos, políticas para leilões e um planejamento de déficit e superávit.
O presidente da Cooperativa Aurora, Mário Lanznaster, e o diretor da diretor da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado de Mato Grosso (Aprosoja/MT), Nelson Piccoli, também reforçaram sobre a falta de organização de políticas para a cadeia produtiva, principalmente ligadas ao armazenamento e à logística.
– Precisam ser criadas entidades fortes que representem o produtor em cada município e em cada Estado – acrescentou Piccoli.
Em seu pronunciamento, o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Neri Geller, destacou que o ministério dialoga com outros órgãos para a melhoria do transporte brasileiro. Segundo ele, é necessária outra forma de movimentação do milho no país. O secretário enfatizou a função das linhas de crédito lançadas pelo governo:
– O país avançou em função das linhas de crédito direcionadas à produção e ao custeio. Queremos estar mais próximos dos produtores para que possamos resolver os gargalos que atingem o setor e que acabam influenciando o desenvolvimento do nosso país.
Geller defendeu o Programa de Sustentação do Investimento (PSI) e garantiu que o lançamento do Plano Safra deve dar condições para produção e armazenagem. O secretário também reforçou a necessidade de revisão dos preços mínimos e disse que o governo trabalhará neste sentido para manter a renda dos produtores.
O evento contou com o apoio da Fecoagro RS, Apromilho e parceria de empresas privadas. A Expodireto Cotrijal reúne 468 expositores e ocorre até o dia 8.
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