Produtores de cacau da Bahia realizam protesto contra importação

Eles querem uma revisão na política de compras do paísOs produtores de cacau da Bahia vão realizar um protesto na terça, dia 5, em Ilhéus. Eles querem uma revisão na política de importação do produto.

O presidente do Instituto Pensar Cacau (IPC), Águido Muniz, informa que o preço de custo da arroba de cacau importada, em especial de Gana, maior fornecedor do Brasil, é mais elevado do que o nacional, em uma relação de R$ 82,00 para R$ 58,00.

“Não conseguimos entender a posição da indústria brasileira, uma vez que o cacau produzido aqui não apenas é de melhor qualidade como também mais barato”, afirma Muniz, em comunicado.

Em 2012, o Brasil importou 68 mil toneladas de cacau, quando a necessidade era de apenas 38 mil para complementar a oferta interna, informa o IPC. Estima-se que o Brasil tem hoje capacidade instalada de moagem de cerca de 220 mil toneladas por ano de cacau. O país está a apenas 10 mil toneladas de alcançar plena capacidade, o que deve ocorrer ainda este ano.

O presidente do Instituto Cabruca, Durval Libânio, que também participa do movimento, comenta que o setor depende de informações para realizar projeções de oferta e demanda pelo produto. Segundo ele, a cadeia produtiva já solicitou ao Ministério da Agricultura providências, especialmente a previsão de safra da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), “mas as ações ainda não foram tomadas”.

Para Libânio, a competição dos produtores nacionais com os africanos é desigual. Ele diz que existem diferenças fundamentais, que passam desde custo com mão de obra até a legislação trabalhista e ambiental. Ele ressalta que a importação de cacau também eleva o risco de introdução de pragas e doenças de outros países no Brasil. Em 2012, importações da Costa do Marfim foram suspensas porque o país africano não estava disposto a arcar com os custos de controle fitossanitário adequado para internalizar o produto no Brasil.